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Resposta ao HIV &Sida está numa fase crítica

18/12/2015 08:40
Resposta ao HIV &Sida está numa fase crítica

A Resposta nacional ao HIV & SIDA está numa fase crítica, motivada pela crise financeira, que tem afectado a provisão de recursos para os desafios que se colocam. Mesmo assim a coordenação da resposta permitirá que a incidência de novas infecções no país diminua em pelo menos 30 por cento, passando de 320 para 224 novas em 2019.

O facto foi anunciado ontem, em Maputo, pela Ministra da Saúde, Nazira Abdula, por ocasião do lançamento do IV Plano Estratégico Nacional de resposta ao HIV & SIDA 2015/2019 (PEN IV).

Segundo Nazira Abdula, atento a este facto, o Governo tem vindo a orientar as instituições para a observância criteriosa da economia de recursos. “Neste contexto, não deixamos de apelar aos potenciais parceiros financeiros para uma continuada coordenação das suas acções para que as prioridades comumente concordadas e plasmadas na estratégia aprovada pelo Governo sejam materializadas a todos os níveis”, exortou.

O PEN IV tem em vista articular uma resposta que conjuga a provisão de serviços de prevenção, cuidados, tratamento e mitigação das consequências do HIV adaptados ao contexto social e às condições do país, tendo como horizonte uma sociedade saudável, com melhor qualidade de vida, livre do risco de novas infecções de transmissão sexual, particularmente o HIV & sida, rumo a uma geração livre desta pandemia.

A intenção do PEN IV é alimentar o número de beneficiários de tratamento anti-retroviral (TARV) para 80 por cento dos elegíveis em 2019, a retenção ao tratamento anti-retroviral após três anos para 70 por cento em 2019.

Pretende-se, igualmente, assegurar que 93 por cento de mulheres grávidas HIV positivas em TARV em 2019 e a percentagem de homens circuncisados para 80 por cento em cinco anos.

Por outro lado, pretende-se aumentar a percentagem dos homens circuncisados para 80 por cento até 2019 e a cobertura do uso do preservativo na última relação sexual entre pessoas que tiveram mais de um parceiro nos últimos 12 meses para 50 por cento. A estratégia será implementada também no sentido de reduzir o índice de mortalidade em 40 por cento até 2019.

Segundo Nazira Abdula, com vista a alcançar os resultados almejados o PEN IV tem como foco, para além da população em geral, em alguns grupos considerados prioritários, bem como na implementação de intervenções que visam criar um ambiente favorável para a maximização do impacto.

Por outro lado, o plano prioriza também o fortalecimento da coordenação com enfoque num único plano, único sistema de monitoria e única coordenação.

As organizações de resposta nacional foram encorajadas a basearem as suas acções no plano ora lançado, privilegiando a descentralização e a definição clara dos seus papéis, desde a comunidade até ao nível central, com vista à maximização dos benefícios.

O PEN IV foi bem acolhido quer pelos parceiros nacionais de implementação assim como os de cooperação multilateral e bilateral que reiteraram o seu apoio ao Governo para enfrentar os desafios.

Edgar Monteroso, da PEPFAR, por exemplo, garantiu a disponibilidade de 370 milhões de dólares para acções de resposta a serem disponibilizados pelos Estados Unidos, tendo como atenção o controlo epidemiológico.