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Governo recupera rios poluídos por garimpo no centro do país
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As autoridades de Manica, centro do país, recuperaram quatro dos seis rios poluídos por acção do garimpo em 10 meses de actuação da polícia ambiental, anunciou esta terça-feira o porta-voz do governo local.
Estêvão Rupela afirmou que uma acção coordenada da Força Ambiental e de Fauna Bravia, da polícia moçambicana e do sector dos recursos minerais permitiu a tomada de controlo de áreas devastadas pelo garimpo artesanal, que extrai de forma desregrada o ouro, que depois é lavado e processado com mercúrio e bórax, em cursos de rios.
O responsável garantiu ainda que a actividade eliminou a turvação das águas dos rios Chimeza, Lucite, Nhancuarara e Zambuzi, estando ainda com níveis de poluição os rios Púnguè e Revuè, este último o principal afluente de Chicamba, a barragem que distribui água e energia para a província de Manica.
"A recomendação é que o trabalho iniciado em 2015, que é o fenómeno de estancarmos a poluição dos rios, seja monitorado para permitir que a água seja limpa, para aproveitamento dos animais, do gado bovino, até para permitir a rega das machambas das populações", disse Estevão Rupela em conferência de imprensa de balanço da 33.ª sessão do governo provincial.
O Governo de Manica tinha estabelecido Dezembro passado como data limite para eliminação da poluição de rios, mas os garimpeiros mostraram resistência á operação da polícia ambiental para desactivar as minas ilegais na zona de Mavonde, uma vasta área de actuação ilegal na região transfronteiriça fértil em recursos naturais.
Aquela região é desde há alguns anos palco de conflitos entre garimpeiros moçambicanos e zimbabueanos e entre estes e as autoridades policiais, em torno da exploração de ouro, muitas vezes ilegal, o que forçou o Governo a criar associações mineiras com pequenas concessões, onde é feita a exploração racional de ouro e ambientalmente sã.
No entanto, dados do Governo indicam que o sector agrícola que já se ressentia da prática do garimpo, que fazia com que a água dos rios se tornasse imprópria para a irrigação de campos e abeberamento do gado, levantou a ameaça de segurança alimentar e nutricional na região.
Embora pesquisas tenham determinado que o teor não constituía atentado à saúde humana, a ARA-Centro, entidade gestora das bacias hidrográficas da zona centro de Moçambique, avança que há sinais de metal pesado no sistema de fornecimento de água à cidade da Beira, gerido pelo Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água, FIPAG.