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Embaixador da Argentina acredita da Revolução Agrícola em Moçambique

06/12/2019 10:43
Embaixador da Argentina acredita da Revolução Agrícola em Moçambique

O Embaixador da Argentina em Moçambique, Frederico Villegas, disse esta semana, em Maputo, que Moçambique tem condições para fazer uma revolução agrícola.

A afirmação foi feita no âmbito do seminário organizado, numa parceria entre a embaixada da Argentina, a Bolsa de Mercadorias de Mercadorias de Moçambique e o BCI. Neste fórum foram partilhados conhecimentos sobre o “silobolsa”, um revolucionário sistema de armazenamento que visa, entre outros aspectos, resolver um dos principais problemas rurais, o de falta de espaço para armazenar colheitas agrícolas.

Um dos casos de estudo, que o diplomata argentino escolheu, é o da própria Argentina. “Sabem quantos milhões de hectares de terra arável tem a Argentina? Trinta e seis. A maior parte da terra é árida, mesmo se o país é enorme em tamanho. É a mesma superfície arável que tem Moçambique” –disse e explicou: “qual é a diferença? A Argentina utiliza 34 milhões dos 36 para produzir. Por isso produz alimentos para 500 milhões de pessoas. E sabemos que Moçambique utiliza entre 4 e 5 milhões. Mas por que é que achamos que a Argentina pode ajudar a fazer esta revolução? Porque nós não nascemos assim, a Argentina não apareceu fazendo a agricultura em 36 milhões de hectares. Nós somos uma terra de imigrantes que tiveram terra. Trata-se de pequenos produtores como aqueles que existem aqui. Exactamente a mesma situação, num outro contexto internacional, naturalmente. E só no ano 91, variavam de 11 a 14 milhões de hectares”.

E concluiu: “A Argentina transformou-se, não só num país que é uma potência agrícola que utiliza este sistema mas que é o maior exportador do mundo do mesmo sistema, simples e adaptável para todo o tipo de produtores.

Num país tão grande como Moçambique [o mesmo] seria seguramente útil para aproveitar e não perder estes 20, 30% da pós-colheita de que se falou aqui.”

O Director Nacional de Agricultura e Silvicultura, no Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, Pedro Zucula, adiantara na sua intervenção que “cerca de 20 a 30 % das perdas na agricultura, são perdas pós-colheita, provocadas por más condições de conservação e também susceptíveis ao ataque de pragas e doenças. Portanto ao trazerem esta iniciativa, sentimos que é uma grande manifestação de solidariedade universal na procura de soluções para ajudar a segurança alimentar dos moçambicanos. Mas também para ajudar a alavancar a nossa economia através da produção agrária.”

Mais adiante disse que "O projecto dos silos responde exactamente àquilo que são as preocupações do governo e da população. E nós, como governo, reiteramos o nosso compromisso de tudo fazer para abraçar este projecto no sentido de alcançar objectivos macro."

Já o administrador do BCI, Luís Aguiar sublinhou que "O BCI tem plena convicção de que o desiderato de promover o desenvolvimento agrícola, sector crucial para o crescimento da economia em Moçambique, passa pela criação de condições favoráveis para os empresários, no que se inclui o financiamento tendo em vista proporcionar o incremento dos seus negócios". E reiterou: "podem continuar a contar com o BCI, como um verdadeiro parceiro, preocupado em oferecer proximidade, segurança e confiança e o apoio de que necessitam para investir no melhoramento da actividade agrícola, sector indispensável ao bem-estar da população". (RM)