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"Governo não pode incorporar na PRM, homens da Renamo na reserva, reformados ou desmobilizados" - PR

20/05/2019 08:09

O Presidente da Republica, Filipe Nyusi, disse que o governo não pode incorporar na Polícia da República de Moçambique (PRM), homens da Renamo na reserva, reformados ou desmobilizados.

Filipe Nyusi falava, este sábado, na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) em Marracuene, província de Maputo, na cerimónia de graduação de cento e vinte oficiais da Polícia da República de Moçambique.

“Compatriotas, queremos partilhar com todos os oficiais, sargentos e guardas da PRM que recebemos a lista dos elementos da Renamo que devem ser incorporados nas fileiras da PRM, como núcleo inicial. Nós, o governo, não temos a moral suficiente para incluir os homens já na reserva e outros na reforma, ou desmobilizados, em detrimento daqueles que se encontram ainda nas fileiras da Renamo, aqueles pelo qual o diálogo, com o falecido Dhlakama, visava abranger. Os que fazem parte da lista, já estiveram nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Uns passaram à reserva, com os subsídios de integração atribuídos e auferem salários ou pensões como outros seus colegas que são da proveniência das fileiras do governo; integrar essa lista significava, por exemplo, integrar o tenente-general Mateus Ngonhamo, integrar o major-general Hermínio Morais. Significava por exemplo, aqui da corporação policial, integrar o inspector-geral Pascoal Ronda ou o inspector-geral Miguel dos Santos. Vamos dar oportunidade a outros jovens, outros cidadãos para dar a sua contribuição para a defesa de Moçambique”, frisou.

 O Chefe do Estado reafirmou que não obstante a este impasse, o governo continua comprometido com o processo de desmilitarização e reintegração dos homens residuais da Renamo.

“O governo continua comprometido com o processo e através do Grupo de Contacto, já solicitamos para que seja apelada a seriedade deste processo. Mais uma vez apelamos para que quem não participa no diálogo, deve abster-se de comentar o que não é do seu domínio, para não confundir os moçambicanos, incluindo os guerrilheiros da Renamo, que aguardam com esperança, expectativa, o desfecho do processo de desarmamento, desmobilização e  a sua reintegração na sociedade”, disse Filipe Nyusi.

É uma ceremónia de graduação que aconteceu num momento em que a Academia de Ciências Policiais, uma instituição de ensino superior, completa vinte anos da sua criação.

A propósito, Nyusi, acrescentou que a celebração dos 20 anos da ACIPOL, deve servir de momento de reflexão para o reforço da segurança nas comunidades.

“Ao comemoramos estes eventos, somos levados a reflectir sobre a segurança de que todos necessitamos para viver, de forma tranquila e darmos a nossa contribuição para o desenvolvimento de Moçambique, pois a necessidade de segurança é intrínseca às sociedades humanas modernas”,  disse o Presidente da República. (RM Maputo)