Veterinária mantém restrições à movimentação de animais
Mantêm-se as restrições na movimentação de animais nalgumas regiões do país, segundo decisão das autoridades veterinárias, na sequência do surto de febre aftosa recentemente reportada nas províncias de Nampula, Tete e Gaza.
No entanto, o Comité de Emergência para o Controlo da Febre Aftosa decidiu rever algumas medidas de controlo da movimentação de gado. Assim, o trânsito de animais, carne e derivados nas zonas livres da doença pode ser realizado, mas na condição de serem observadas as medidas sanitárias recomendadas.
Segundo fonte da Direcção Nacional de Veterinária, o levantamento total das restrições à circulação de animais está dependente do controlo do surto, situação que poderá levar mais algum tempo.
“As medidas não vão ser levantadas tão cedo, tendo em conta a actual situação fitossanitária. As restrições à livre circulação de animais continuam, mas há um trabalho que está a ser feito a nível das províncias para que cada caso seja avaliado”, disse a fonte.
Enquanto decorre a vigilância sanitária, as autoridades estão a proceder a vacinação de gado nas áreas onde foi detectada a febre aftosa, esperando-se que sejam abrangidos 391.500 bovinos em sete províncias do país, no âmbito das medidas de prevenção e controlo do alastramento do surto.
A acção abrange animais das províncias de Inhambane, Manica, Sofala, Zambézia, Nampula, Gaza e Tete. Devido ao estágio de disseminação da doença, em Tete e Gaza, a vacinação está a ser realizada de forma estratégica em zonas onde não foram detectados casos de febre aftosa.
“Vamos continuar com o processo de vacinação de animais enquanto fazemos a monitoria da situação sanitária. O comité de emergência poderá voltar a reunir-se para avaliar a situação e decidir pela continuidade ou levantamento das restrições”, acrescentou.
O processo de vacinação do gado em curso no país é precedido pela busca activa de sinais clínicos, determinação da extensão da doença e número de animais e distritos a vacinar.
As equipas de trabalho fazem verificação rápida dos animais antes da sua entrada nos corredores para identificar casos suspeitos, que devem ser imobilizados e submetidos a uma inspecção rigorosa para detectar possíveis lesões da febre aftosa.
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa aos ruminantes e suínos, causada por sete serotipos do vírus do género “Aphthovirus”. Os serotipos mais comuns para Moçambique são SAT 1, 2, 3 e O. As zonas Sul e Centro são as que têm sido mais afectadas pela febre aftosa.