Urge independência económica e financeira de África
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, aponta como principais desafios da actualidade para o continente africano no geral, e Moçambique em particular, alcançar a sua independência económica e financeira.
Nyusi defendeu esta posição em Nairobi, capital queniana, durante a XXV Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo dos Países Membros do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), um evento que decorreu sob o lema Revitalizar o MARP para o Fortalecimento da Governação em África.
O estadista moçambicano adverte que grandes desafios se afiguram para o continente africano, e Moçambique, em particular, razão pela qual é importante que priorizemos a construção da independência económica e financeira do nosso continente.
O Chefe de Estado, que falava durante a apresentação do segundo relatório de progresso de Moçambique, explicou que, para o efeito, há que reforçarmos as relações de cooperação e amizade entre os países membros da nossa organização, e temos que investir todo o saber que possuímos para que possamos, juntos, ultrapassar os enormes desafios de desenvolvimento do presente e do futuro.
Questionado sobre o assunto neste sábado em conferência de imprensa, que marcou o fim da sua visita a Nairobi, onde também participou na VI Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD VI), Nyusi disse que a independência financeira é uma causa que tem estado insistentemente a tentar incutir no seio dos moçambicanos.
Referiu que para atingir esse desiderato é necessário produzir sempre e cada vez mais. Como exemplo, citou o caso da produção de alimentos, afirmando que se o país produzisse comida em quantidades suficientes seria um passo muito significativo.
Se nós produzirmos comida vamos vender. Se nós vendermos vamos ter muito dinheiro, mais possibilidades e muitos recursos financeiros para Moçambique, disse o estadista moçambicano, acrescentar que aqui ganhamos três vezes e talvez mais.
Explicou que a primeira vantagem é que produzindo Moçambique passa a ter comida. A segunda vantagem é que Moçambique deixa de comprar comida. Isso significa que os parcos recursos financeiros que Moçambique dispõe ficam no país e, finalmente, o país passaria a vender excedentes.
Vincou que este exemplo pode ser extrapolado para qualquer tipo de actividade.
O estadista moçambicano disse ainda que também será possível adquirir a independência económica através do processamento e adição de valor às matérias-primas.
Os recursos devem ser transformados aqui, disse, destacando a necessidade de melhorar a produtividade e criar condições para que o produto final também seja competitivo no mercado.
Com isso, disse o Chefe de Estado, Moçambique irá gradualmente adquirir a sua auto-suficiência e libertar-se da dependência económica. Assim, os recursos financeiros doados a Moçambique poderão ser usados para melhorar estradas, fazer escolas, barragens e outras infra-estruturas que, por seu turno, também vão gerar mais receitas.
Nyusi conclui afirmando que todos estes princípios constam do seu projecto de governação e a sua implementação tem que acontecer o mais rápido possível.
(AIM)