Unidade nacional permitiu o alcance da independência
O Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, disse ontem que a unidade nacional é a arma fundamental que permitiu o alcance da independência e está a garantir os esforços para a manutenção da paz no país.
Todavia, segundo referiu, nenhuma conquista deve ser assumida como definitiva, daí a necessidade de se assumir os desafios de consolidar a independência, manter acesa a chama da unidade nacional e renovar a esperança de que os moçambicanos nunca mais viverão o espectro da guerra.
Filipe Nyusi fez esta alocução nas celebrações dos 50 anos do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, em Matchedje, na província do Niassa, onde se realizou, entre 20 e 25 de Julho de 1968. Para o Chefe do Estado, este congresso foi um marco indelével na história da descolonização do país e de toda a África.
A sua afirmação justifica-se, segundo afirmou, por ter sido esta reunião que decidiu sobre o avanço da insurreição armada e outras medidas cuja implementação possibilitou a reabertura da Frente de Tete, considerada o estômago do inimigo, que subverteu completamente a dinâmica da luta do povo moçambicano até à conquista da independência total e completa, a 25 de Junho de 1975.
Nyusi afirmou que o II Congresso se reveste ainda de grande importância por se tratar da primeira grande reunião que reflectiu, de forma crítica, sobre a organização da Frelimo, a dinâmica da luta, definiu as regras de jogo e clarificou as dúvidas sobre o carácter da luta de libertação.
Este Congresso, o primeiro a realizar-se em território nacional, nas zonas libertadas, serviu igualmente, segundo Filipe Nyusi, para realinhar os objectivos estratégicos da frente tendo em conta a situação no teatro das operações contra o colonialismo.
Nyusi considerou que as memórias do II Congresso da Frelimo não devem esmorecer com o passar do tempo, nem a sua evocação deve ser encarada como uma prática retórica, mas um compromisso agregador de diferentes gerações e aglutinador de um ideal nacional ao serviço do povo e do desenvolvimento da pátria.
Ele fez lembrar que não haverá nunca mais o II Congresso, mas o seu legado ainda continuará vivo e firme, tal como as suas mensagens que iluminaram as “trevas” a que o colonialismo português havia sujeitado o povo em mais de 500 anos.
Sobre o evento de ontem, em Matchedje, o Presidente da Frelimo e da República referiu que foi uma oportunidade para prestar homenagem aos mais de 300 cidadãos nacionais e estrangeiros, entre delegados, convidados, segurança e pessoal de apoio que se reuniram no local para traçar uma vitória cujo significado mais profundo remete para o sentido de missão que os moçambicanos ultrapassaram há mais de 50 anos, para a libertação da pátria do jugo colonial.
“Estamos aqui para prestar a devida homenagem aos jovens do 25 de Setembro, eles próprios símbolos da luta de um povo que nunca se deixou vergar na luta pela liberdade. Estamos aqui para homenagear homens e mulheres que tornaram possível esta façanha histórica da nossa epopeia libertária”, reiterou Nyusi, acrescentando que a vénia é igualmente prestada aos países vizinhos que apoiaram a causa da luta moçambicana, entre os quais a Tanzania, que acolheu a criação da Frelimo, em 1962, e onde foi instalada a sua primeira sede.
Mais incidências deste assunto na pág. 8 da presente edição.