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Um ano após o Idai, Moçambique precisa de USD 120 milhões para ajuda básica

12/03/2020 12:28
Um ano após o Idai, Moçambique precisa de USD 120 milhões para ajuda básica

A coordenadora residente da ONU em Moçambique alertou esta quarta-feira que faltam 120 milhões dóares para assegurar ajuda básica às populações afectadas há um ano pelo ciclone Idai no centro do país.

 Em entrevista à Lusa, Myrta Kaulard, admitiu que das promessas de apoios de doadores feitos há um ano, na ordem dos 1,1 mil milhões de euros, só foram concedidos 173,3 milhões face aos projectos apresentados.

Esta quarta-feira, um ano depois, o sistema das Nações Unidas tem falta de fundos para continuar a prestar apoio a Moçambique, alerta Myrta Kaulard.

"Falta muito dinheiro", realça: diz serem necessários de imediato, pelo menos, 120 milhões de dólares para a ajuda básica, essencial, para evitar mais vulnerabilidades e cair em "mecanismos negativos", como sejam, o abandono escolar ou casamentos precoces para sustentar a família.

"Os recursos de que as organizações humanitárias dispõem são os que receberam depois do Idai" e estão esgotados, alerta - numa altura em que ainda falta um mês até ao fim da actual temporada ciclópica.

Depois da fase de ajuda humanitária de emergência, os parceiros de cooperação prometeram cerca de 1.100 milhões de euros para reconstrução numa conferência de doadores realizada dois meses e meio após o ciclone.

No início de Fevereiro deste ano, asseguraram ao Governo moçambicano o desembolso de 173,3 milhões de euros face aos projectos apresentados, mas a coordenadora permanece optimista.

"No final do ano vamos começar a ver os resultados do investimento" dos milhões prometidos, acredita a coordenadora residentes da ONU em Moçambique.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique.

O ciclone Idai atingiu o cento de Moçambique em Março, provocou 603 mortos e a cidade da Beira, uma das principais do país, foi severamente afectada.

O ciclone Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em Abril, matou 45 pessoas. (RM)