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UP anuncia sanções severas a quem cometeu fraudes nos exames de admissão

16/01/2018 09:17
UP anuncia sanções severas a quem cometeu fraudes nos exames de admissão

Os candidatos que se envolverem em fraudes nos exames de admissão em curso em todo o país ficarão imediatamente excluídos e impedidos de frequentar qualquer universidade pública nos próximos três anos.

A Universidade Pedagógica (UP), a maior instituição de ensino superior em Moçambique, diz já haver acordos entre esta e outras universidades públicas para que as sanções sejam aplicadas.

O aviso foi feito na pessoa do coordenador da Comissão de Exames de Admissão da UP, Elias Matos, numa entrevista concedida à AIM, em Maputo, para se debruçar sobre o processo que arrancou hoje naquela instituição.

“Colaboramos com as outras universidades. Se for detectado como fraudulento na Universidade Pedagógica não vai poder estudar numa universidade pública nos próximos três anos. Há acordos que temos. É a única coisa que podemos fazer”, disse.

Aos vigilantes que se envolverem em esquemas fraudulentos, a UP avisa que, também, vai tomar medidas severas: 'não vai receber o seu dinheiro e vai levar um processo criminal para a devida responsabilização, caso seja provado o seu envolvimento'.

“Se aparecer como prevaricador, entra em processo. Há instituições responsáveis que, depois, irão tratar do caso. É muita gente [a concorrer] e, na maior parte dos casos, as pessoas entendem o processo como vital para a sua vida, por isso tentam tudo o que seja possível. Então, também não se pode pestanejar neste processo. Temos que desencorajar qualquer tipo de fraude. Aqui não pode haver meios-termos”, sublinhou.

A UP treinou vigilantes para reconhecerem situações anómalas e divulgou todas as normas inerentes ao processo, por entender que alguns incorrem a fraudes por desconhecimento.

Só em Maputo, a capital moçambicana, estão mais de 600 vigilantes a garantir o normal funcionamento do processo.

Entre outras medidas com vista a desencorajar qualquer tipo de fraude, a universidade introduziu detectores de aparelhos electrónicos não autorizados aos locais de realização das provas.

Em face disso, a UP ainda anão tinha registado qualquer tipo de anomalia, decorridas as provas de Geografia, Fundamentos de Filosofia, Aptidão em Desenho, entre outras.

“Esses exames decorreram tranquilamente. Já vai decorrer o exame de Química e julgamos que vai decorrer sem sobressaltos. Ainda não temos nenhum caso de incidência”, assegurou.

Em 2017, a UP já tinha detectado, “mas a tempo e hora”, pelo menos três tentativas de uso de telemóveis a nível da cidade de Maputo, um na província meridional de Gaza e outro na cidade de Quelimane, na província central da Zambézia.

A Comissão de Exames de Admissão assegura estar a trabalhar “dia e noite” para evitar os casos de fuga de exames.

“Até agora não temos esses casos. Os nossos exames têm vários níveis de segurança. Se houver fugas, temos critérios para saber donde saíram os exames”, disse o coordenador.

Pelo menos 41.156 candidatos, dos quais 51,7 por cento homens, disputam 13.799 vagas disponíveis na UP.

Estes números representam uma ligeira redução, em relação ao ano 2017, em que estiveram registados 44.500 candidatos, que concorriam para perto de 16 mil vagas.

Matos explica que tal redução deveu-se “ao facto de termos desactivado alguns Centros de Ensino à Distância. Esses Centros não irão fornecer alguns cursos, porque estão em reorganização e reapetrechamento”, afirmou.

A cidade de Maputo é a que detém a maior disponibilidade de vagas: 3.214, o correspondente a 23,2 por cento do todo. Seguem-se as cidades da Beira, em Sofala, (2.168) vagas e Nampula (1.906).

A UP lecciona 37 cursos que correm nos regimes diurno, pós-laboral e à distância.

Os cursos de Biologia, Geografia, Gestão Ambiental e Gestão de Recursos Humanos são os mais concorridos.

Os resultados dos exames de admissão estarão disponíveis na primeira semana de Fevereiro e na mesma vão decorrer as inscrições e matrículas para os novos ingressos. As aulas começam logo na semana a seguir.