Transmissão vertical do HIV deve ser eliminada até 2020
A Primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi, lançou ontem, em Maputo, uma campanha de advocacia que contempla uma série de actividades cuja meta é eliminar a transmissão vertical do HIV da mãe para o filho até 2020.
Denominada “Livre para Brilhar”, a iniciativa é divulgada numa altura em que, em Moçambique, pelo menos 14 crianças de mães com HIV positivo nascem infectadas pelo vírus da Sida, transmitido durante a gravidez, parto ou amamentação.
“Esta campanha surge como iniciativa das primeiras-damas de África. Tem como objectivo galvanizar os esforços de pessoas e organizações ao nível nacional e apoiar a compreensão individual e colectiva das acções que podemos tomar para impulsionar a provisão e o uso efectivo de serviços de saúde e de outros, para acabar com a SIDA na infância até 2020”, explicou a esposa do Presidente da República.
Para Isaura Nyusi, a eliminação da transmissão vertical é possível desde que as mulheres grávidas tenham acesso aos serviços de prevenção do contágio do HIV durante a gravidez, parto e amamentação.
Por isso, como parte da campanha serão realizadas acções para reduzir o número de novas infecções nas adolescentes e jovens que são as mais infectadas em comparação com o sexo oposto. Esta realidade, segundo a Primeira-Dama, pode estar associada à desigualdade e violência baseada no género e ao fraco poder económico das adolescentes e mulheres jovens, o que sugere a retenção da rapariga na escola e empoderamento destas e das mulheres jovens.
Outra questão que merecerá atenção nesta frente é a implementação de políticas e estratégias de prevenção da dupla transmissão vertical do HIV e da sífilis, uma patologia congénita, que, segundo a esposa do Presidente da República, pode aumentar entre três a cinco vezes a possibilidade de inoculação do vírus.
“Por esta razão a testagem e tratamento da sífilis e do HIV devem merecer a mesma atenção nos serviços de saúde”, recomendou a Primeira-Dama.
Isaura Nyusi fez perceber que Moçambique registou avanços na prevenção da transmissão vertical, ao passar de 28 por cento, em 2010, para 14 por cento em 2017 graças à implementação de acções eficazes de prevenção, aumento da cobertura de tratamento à mulher grávida seropositiva, saindo de 55 para 87 por cento de 2010 a 2017.
Apesar deste ganho, Isaura Nyusi reconhece que ainda há muitos desafios para se garantir a retenção das grávidas, lactantes e crianças no tratamento, o que sugere a realização de educação sobre a importância do tratamento contínuo pós-parto.