Timbila deve atrair turistas e gerar renda
O Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou as potencialidades da Timbila como fonte de atracção turística e geração de renda que a província de Inhambane deve promover para fazer face ao alto custo de vida. A província de Inhambane é rica não só por possuir lindas praias mas também por ostentar a Timbila (património da humanidade) que, bem explorada, pode diversificar as grandes fontes de renda, afirmou Nyusi.
O Chefe de Estado moçambicano falava perante uma grande moldura humana que acorreu ao comício que orientou na localidade de Maculuva, distrito de Zavala, logo após ter iniciado, hoje, a visita de trabalho de três dias a Inhambane.
Com efeito, o Presidente começou a interacção com a população local com uma homenagem ao mestre da Timbila, o malogrado Venâncio Mbande, que, segundo Nyusi, deixou bases para que jovens tocassem, com recurso a este instrumento tradicional, o hino nacional (Pátria Amada).
A Timbila é obra-prima do património oral intangível da humanidade, sendo já uma manifestação cultural que não é mais pertença somente das comunidades chope e de todos os moçambicanos como um povo, mas sim de toda humanidade.
Para além da componente turística cultural, Nyusi congratulou o facto de a província de Inhambane ter enfrentado com sucesso os desastres naturais, a seca e o ciclone Dineo, ao ponto de se afirmar que este ano não haverá fome nesta região do Sul do país.
Reconhecemos, não obstante as adversidades que assolaram a província, o esforço no aumento da produção, conferindo-a o estatuto de grande produtora ao ponto de se afirmar que, localmente, este ano não haverá fome, disse.
Aliás, o estadista moçambicano visitou, ainda hoje, já na vila sede do distrito de Zavala, a primeira feira nacional de raízes e tubérculos, iniciativa que se enquadra nos esforços da província e do país, no geral, na melhoria dos níveis da segurança alimentar e nutricional, numa altura em que 43 por cento das crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição.
Cerca de 80 por cento da produção agrícola de Inhambane é constituída por tubérculos.
Quanto ao pedido feito pela população no comício de Maculuva, para a instalação de uma fábrica de processamento da castanha e outras culturas produzidas localmente, Nyusi disse que a resposta para o pedido passa necessariamente pelo aumento dos níveis de produção. Há casos de fábricas de processamento da castanha que fecharam por falta de matéria-prima. A castanha deve ser muita para justificar que as unidades de processamento funcionem por todo o ano e não periodicamente.
Ainda no âmbito da visita, o Presidente lançou hoje, em Quissico, distrito de Zavala, a primeira pedra para a construção do instituto superior politécnico de tecnologias marinhas e pescas, um empreendimento orçado em 8,3 milhões de dólares, financiados pelo banco Árabe para o Desenvolvimento de Africa (BADEA) e governo moçambicano, e que deverão durar 15 meses.
Antes do lançamento da primeira pedra para a construção deste empreendimento de ensino técnico e cientifico de nível superior, Nyusi referiu-se as potencialidades de Inhambane na produção pesqueira. O importante é pegarmos todos os recursos de que dispomos para ganharmos dinheiro, afirmou.
Sexta-feira, Nyusi trabalha nos distritos de Panda e Mabote, para Sábado deslocar-se a Morrumbene.
(AIM)