Subsidios eram insustentáveis
O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma que a situação económica de Moçambique havia chegado a uma fase insustentável pelo que se impunha a retirada dos vários subsídios, bem como a subida de preços de forma a evitar o colapso da economia.
Nyusi fez esta revelação, na tarde de segunda-feira, durante um encontro mantido com a comunidade moçambicana residente no Botswana, onde se encontra a efectuar uma visita de estado de três dias, a convite do seu homólogo Ian Khama.
Ficamos anos e anos a fazer um subsídio impossível e depois não ia ser sustentável, disse o estadista moçambicano para depois questionar, donde haveria de sair o dinheiro?.
Explicou que foi necessário muita coragem pela parte do governo para tomar estas medidas e, por isso, os moçambicanos deveriam acompanhar e compreender porque, cedo ou tarde, a economia do país haveria de chegar a uma fase de ruptura.
Estas medidas, explicou Nyusi, deve-se ao facto de alguns parceiros de cooperação terem começado a reduzir o seu apoio em 2015.
A situação deteriorou-se em 2016 quando o governo viu-se na contingência de trabalhar apenas com os recursos internos.
Por isso, como forma de tentar ultrapassar a situação, o governo decidiu mexer os preços de combustível, do pão e energia.
Referiu que, no caso do pão, a subida foi ligeira. Aliás, a maioria das padarias não recebia o subsídio pois apenas beneficiava um punhado.
Nas cidades da Beira e Nampula, menos de 10 por cento se beneficiava dos referidos subsídios.
O Presidente da República assevera que a intenção do governo é manter a sustentabilidade do Estado moçambicano e garantir que os produtos sejam acessíveis para todos.
Como forma de contornar a situação e reduzir o impacto da redução do apoio externo, o mais alto magistrado da nação recomenda a necessidade de aumentar a produção e produtividade.
Temos que sair da dependência
criando parcerias explorando os investimentos possíveis mas, sobretudo, trabalhando, vincou.
No encontro, Nyusi aproveitou a oportunidade para exprimir a sua convicção de que, muito brevemente, será alcançado um entendimento com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para o restabelecimento de uma paz efectiva em Moçambique.
Eu tenho a esperança de que, a qualquer momento, as coisas poderão mudar. O importante é a confiança daquilo que estamos a construir entre os moçambicanos.
A confiança é extremamente importante. Quando as pessoas têm confiança, ou melhor, quando não se desconfiam acreditam aquilo que o outro diz, disse Nyusi, para de seguida explicar que quando assim acontece é fácil alcançar consensos.
(AIM)