Sacos herméticos reduzem perdas pós-colheitas em Tete
Sacos herméticos estão a ser distribuídos a associações de produtores dos distritos de Tsangano, Angónia e Macanga, na província de Tete, ao abrigo de um projecto experimental visando reduzir as perdas pós-colheitas naquela região do país.
Numa iniciativa do Governo, em coordenação com o Programa Mundial para Alimentação (PMA), o projecto foi lançado há dias na localidade de Zoya, em Canhanja, Posto Administrativo de Dómuè, no distrito de Angónia, e consiste na disponibilização, aos camponeses, de sacos de 50 quilogramas com quatro camadas de plástico que impedem a perfuração por insectos que atacam grãos de milho, feijão, amendoim, entre outros produtos neles armazenados.
De acordo com o Oficial de Programa e Políticas do PMA em Moçambique, Anselmo Feleuane, o projecto Zero Perdas Pós-Colheita é financiado por uma organização francesa Cartier Philanthoropy em 900 mil dólares norte-americanos, devendo decorrer durante três anos consecutivos.
“No nosso país temos registado um nível considerado de perdas pós-colheita e a nossa missão fundamental, em coordenação com o governo, é ajudar na redução destas perdas”, disse Anselmo Feleuane.
Acrescentou que, numa primeira fase, o projecto vai beneficiar cerca de dois mil agricultores do sector familiar devidamente registados nos seus clubes e associações, criados para o efeito nos distritos de Tsangano, Angónia e Macanga.
“O projecto é piloto no país e depois dos resultados temos intenção de alargar a outros pontos do país depois de conseguirmos financiamentos adicionais. Por enquanto, os fundos disponíveis só serão usados para estes três distritos da província de Tete”, afirmou Feleuane.
Disse ainda que durante a implementação do projecto mais produtores privados poderão aderir à iniciativa e o PMA já criou todas as condições logísticas e técnicas para o manuseamento do saco assim como a sua disponibilização aos agricultores.
O projecto tem em vista garantir a conservação de produtos por longos períodos de tempo, o que permitirá aos camponeses efectuarem a sua comercialização no momento de escassez para a obtenção de melhor receita.
“Usando sacos herméticos os camponeses vão reduzir o risco de uso de produtos químicos para a protecção das culturas em grãos, sobretudo alimentares que podem intoxicar e levar à morte das pessoas, principalmente as crianças”, disse Brett Rierson, do Programa Mundial para Alimentação.