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SADC estuda medidas de combate a tuberculose

28/07/2017 09:15
SADC estuda medidas de combate a tuberculose

O investimento em iniciativas voltadas para o combate às doenças ocupacionais como a tuberculose e silicose constitui uma das medidas que pode contribuir para estimular a saúde dos mineiros, suas famílias e comunidades mineiras a nível da África Austral.

A constatação está entre as recomendações de uma reunião recentemente havida na capital económica sul-africana, Joanesburgo, sob o lema “Investimentos Inteligentes na Saúde: a Mineração como Catalisadora para a Construção de Comunidades Sustentáveis”, tinha por objectivo identificar as prioridades para novos investimentos em saúde pública e ocupacional.

A reunião procurou identificar igualmente formas inovadoras de fornecer serviços de saúde ocupacional aos actuais e ex-mineiros assim como, melhorar os cuidados de saúde para as comunidades ao redor das minas.
O encontro decorreu numa altura em que o sector mineiro, no geral, regista um crescimento e mais países tem vindo a descobrir minerais. No entanto, estudos feitos em 10 países da SADC mostram que a maioria dos países não estabeleceu ainda regulamentos e instituições fortes para enfrentar os efeitos da mineração na saúde dos mineiros e comunidades a volta das minas. 
Os trabalhadores mineiros, especialmente aqueles em minas artesanais e em pequena escala, têm acesso limitado aos serviços de saúde ocupacional. As comunidades em volta das minas, estão expostas a riscos relacionados com a saúde pública e ambiental, como a infecção pelo TB e HIV, assim como, assim como a poluição do ar e da água.
“Resolver o complexo problema de 150 anos de tuberculose em minas, requer abordagens e parcerias multissectoriais e multinacionais coordenadas', disse Paul Noumba, um director do Banco Mundial. 
A fonte disse, por outro lado, que várias iniciativas regionais foram empreendidas para combater este flagelo na região Austral de África e o apelo é no sentido de os parceiros fazerem mais. Nos últimos cinco anos, foram gerados conhecimentos significativos para entender a extensão desse problema e permitir aos países identificar soluções. 
Como resultado, os países embarcaram em iniciativas para prevenir a infecção por TB, identificar os casos de tuberculose, prestar serviços de tratamento da tuberculose e prestar serviços de saúde ocupacional aos actuais e ex-mineiros.
Esta é uma iniciativa crítica numa região onde os mineiros têm maior prevalência de TB em comparação com a população em geral. Estima-se que 500 mil mineiros trabalham actualmente na África do Sul com estatísticas que indicam para cerca de 2.500 a 3.000 casos de TB diagnosticados por 100 mil mineiros nas minas de ouro. 
O indicador é 10 vezes o limite da Organização Mundial de Saúde (OMS), 250 por 100 mil pessoas, para uma emergência. Além disso, cerca de 70 por cento dos casos de TB ocupacional não são detectados.
'Começamos a ver acções concretas para abordar a tuberculose nas populações afectadas pela mineração na região. Este é o início de uma mudança do paradigma, mas deve ser sustentado e ampliado para um maior impacto', disse o vice-Director Executivo, Suvanand Sahu, do Secretariado da Parceria Stop TB.
Na óptica do presidente do Mecanismo de Coordenação Regional na África Austral, Donald Tobaiwa, a implementação desses programas requer recursos consideráveis e mobilização de investimentos de vários parceiros, incluindo o sector privado.
(AIM)