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Retomado diálogo político e prossegue terça-feira

09/08/2016 09:06
Retomado diálogo político e prossegue terça-feira

As delegações do Governo e da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, retomaram hoje, em Maputo, o diálogo político visando restabelecer uma paz efectiva no país, após uma suspensão por um período de dez dias a pedido dos mediadores. Na altura, o coordenador dos mediadores, Mário Raffaelli, explicou que a interrupção das conversações devia-se a questões logísticas.

Falando hoje à imprensa, minutos após o término da sessão desta segunda-feira, o antigo estadista do Botswana, Quett Masire, explicou que as conversações prosseguem terça-feira, sublinhando que os encontros anteriores com as partes foram frutíferos.
“A próxima ronda vai decorrer amanhã. Tivemos uma ronda satisfatória”, disse Quett Masire à imprensa, falando em nome dos mediadores.
Contrariamente as sessões anteriores, os mediadores foram os primeiros a abandonar a sala onde decorreu o diálogo, deixando sozinhas as duas delegações. Quando se esperava que as delegações prestassem declarações à imprensa, eis que estas abandonam a sala sem prestar quaisquer declarações à imprensa. 
O primeiro ponto da agenda está relacionado com a pretensão da Renamo em governar nas seis províncias onde alega ter ganho nas eleições de 2014.
Uma das notas marcantes na presente sessão a ausência de Raffaelli, um dos mediadores indicados pela União Europeia, a pedido da Renamo. 
Frise-se que Raffaelli foi o mediador-chefe das negociações de paz que culminaram com o Acordo Geral de Paz (AGP) que, em 1992, pôs fim à guerra dos 16 anos em Moçambique. 
Os mediadores internacionais apontados pela Renamo são representantes indicados pela União Europeia, Igreja Católica e África do Sul, enquanto o Governo nomeou o ex-Presidente do Botswana Quett Masire, pela Fundação Global Leadership (do antigo secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Africanos Chester Crocker), a Fundação Faith, liderada pelo antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, e o antigo Presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete.
(AIM)