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Restaurantes comunitários entre as soluções à segurança alimentar

07/06/2016 08:20
Restaurantes comunitários entre as soluções à segurança alimentar

Os restaurantes comunitários são apontados como medida que pode contribuir para fornecer alimentos saudáveis, variados e com qualidade a preços acessíveis e, por conseguinte, garantir a segurança nutricional das pessoas carenciadas e mais vulneráveis.

A acepção foi expressa hoje, em Maputo, durante a abertura do primeiro seminário sobre os restaurantes comunitários, uma iniciativa adoptada, há mais de 50 anos, no Brasil, que conta agora com mais de 100 unidades encarregues de garantir a provisão alimentar às pessoas de baixa renda e carenciadas, bem como assegurar mercado aos produtores de alimentos.
Segundo as estimativas mais recentes, um universo calculado em 38 por cento da população moçambicana, entre adultos, sofre de desnutrição percentagem que sobe para 45 por cento entre as crianças menores de cinco anos de idade.
A Primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi, que discursava na abertura do seminário disse que o país é, a nível continental, o primeiro a acomodar a iniciativa que permitirá responder ao problema da fome, desnutrição e, como é óbvio, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos de baixa renda.
“Sensibilizados com as boas práticas desenvolvidas nesta abordagem, com resultados práticos e convincentes, sentimos a necessidade de abraçar a iniciativa que, sem dúvida, julgamos ser uma via para combater a pobreza e a fome no nosso país”, disse Nyusi.
Aquando da sua deslocação à Brasília, em 2015, a primeira-dama disse ter visitado e interagido com os pequenos e médios agricultores, assim como com um restaurante comunitário, instalado nas proximidades da zona rural.
A fim de concretizar a iniciativa no país, o gabinete da primeira-dama mobilizou os parceiros familiarizados com a matéria e os ministérios com os quais foi discutida a viabilidade de implementação do projecto no país, tendo chegado a conclusão que de facto, os restaurantes comunitários servirão para combater as desigualdades sociais.
“Uma vez instalados perto da população de baixa renda, facilitarão as comunidades o acesso às refeições adequadas”, afirmou Isaura Nyusi.
O embaixador do Brasil acreditado no país, Rodrigo Soares, disse que à semelhança do modelo adoptado em alguns estados do seu país, os restaurantes comunitários moçambicanos podem reservar uma parcela dos alimentos a serem adquiridos e assim contribuir para o crescimento da agricultura e das zonas rurais. 
“Além do objectivo primário de ampliar o acesso aos alimentos, os restaurantes comunitários podem constituir uma ferramenta de estímulo a agricultura familiar”, sublinhou Soares.
Pouco é sabido sobre o verdadeiro custo desta iniciativa, cuja fase piloto será implementada na província de Maputo, porque há muito trabalho desde a fase de viabilidade até a consumação. 
(AIM)