Reservas internacionais do Banco de Moçambique mantém níveis confortáveis
As Reservas Internacionais do Banco de Moçambique mantém-se em níveis confortáveis, suficientes para cobrir sete meses de importações de bens e serviços, excluindo as transacções dos grandes projectos.
Com efeito, após ter reduzido para 3.125,3 milhões de dólares norte-americanos no dia 31 de Agosto, o saldo de reservas internacionais brutas recuperou para 3.195,7 milhões de dólares, até a terceira semana de Outubro corrente.
A informação foi revelada pelo governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, em conferência de imprensa convocada para anunciar as decisões da 5ª sessão do Comité da Política Monetária (CPMO), que teve lugar hoje, em Maputo.
Entretanto, a dívida pública interna aumentou ligeiramente, segundo dados mais recentes de Outubro, os quais indicam que o fluxo da dívida pública interna contraída com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique aumentou, em termos acumulados, desde o último CPMO, em 2.079 milhões de meticais, passando o saldo para 107.460 milhões de meticais, o equivalente a 12,3 por cento do Produto Interno Bruto.
“Os montantes acima não tomam em consideração outros valores de dívida pública interna, tais como contractos mútuos e de locação financeira, assim como responsabilidades em mora”, esclareceu Zandamela.
Pelo terceiro mês consecutivo, segundo Zandamela, o clima económico deteriorou em Agosto, devido, essencialmente, as perspectivas pessimistas das empresas em relação as expectativas de emprego e preços.
“Em termos sectoriais, a avaliação traduz o sentimento negativo dos agentes económicos dos sectores da produção industrial, da construção e comercio, que se sobrepôs à avaliação positiva dos sectores de alojamento, restauração e dos transportes e armazenamento, no mesmo período”, explicou.
As constatações do CPMO apontam que se acentuam os riscos de abrandamento da actividade económica internacional, “o que poderá ter impactos no desempenho da economia moçambicana.
“Embora o crescimento mundial se mantenha em ritmos elevados, aumentam os receios de um provável refreamento do crescimento das economias emergentes, em resultado de recrudescimento da tensão comercial entre as principais economias e focos de tensão geopolítica com o impacto nos fluxos no comércio externo e no preço internacional do petróleo”, disse o governador do banco de Moçambique.
Como exemplo, o preço do barril do petróleo situou-se em 80,13 dólares no fecho do dia 19 de Outubro corrente, contra 57,4 dólares no mesmo período de 2017.
CPMO é um órgão do Banco de Moçambique que tem por objectivo assegurar a estabilidade de preços e monitorar a política monetária.
(AIM)