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Reservas cobrem três meses de importações

17/05/2016 08:39
Reservas cobrem três meses de importações

O Banco de Moçambique (BM) considera que o saldo das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em Abril último fixou-se em cerca 1760 milhões de dólares norte-americanos, montante suficiente para garantir a cobertura das necessidades de importações de bens e serviços para o país por um período de 3,2 meses.

Para o Banco Central, quando incluídas as operações dos grandes projectos as reservas do país cobrem 2,5 meses de importações. Este nível de reservas está dentro dos parâmetros internacionalmente aceites.

Reunido recentemente em Maputo, o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (CPMO) observou, entretanto, que o valor actualmente disponível representa uma redução em cerca 67,2 milhões de dólares quando comparado com o mês anterior.

Em comunicado de imprensa, o BM refere que a redução das RIL decorreu, em larga medida, das vendas líquidas de divisas no Mercado Cambial Interbancário (MCI) no valor de 55,5 milhões de dólares, dos quais 37,6 milhões se destinaram para a aquisição de combustíveis e o valor remanescente para a importação de bens alimentares de primeira necessidade e medicamentos.

Segundo o BM, o país gastou ainda com a amortização do serviço da dívida pública externa no montante de 39,7 milhões de dólares e com as transferências líquidas dos bancos comerciais no valor de 20,9 milhões de dólares.

“No sentido contrário, destacam-se os desembolsos de fundos para projectos do Estado no montante de 26,6 milhões de dólares e os potenciais ganhos cambiais líquidos no valor de 17,8 milhões de dólares norte-americanos”, refere o comunicado.

O Banco de Moçambique faz ainda referência ao indicador de clima económico – que agrega os indicadores de confiança dos empresários dos diferentes sectores de actividade, frisando que se deteriorou no mês de Março, pelo segundo mês consecutivo, em resultado das perspectivas desfavoráveis da procura e de preços.

“O declínio da confiança dos empresários foi explicado pela avaliação negativa de todos os sectores inquiridos, com a excepção da rubrica ‘outros serviços’”, frisa-se.

Em face da conjuntura particularmente difícil que o país atravessa, que demanda maior austeridade e trabalho acrescido de todos os sectores da economia, o CPMO considerou no referido encontro realizado sexta-feira última, em Maputo, ser fundamental consolidar as medidas recentemente tomadas.

“Nesse sentido, o CPMO deliberou reforçar a intervenção nos mercados interbancários de modo a garantir que o saldo da Base Monetária para Maio de 2016 esteja em linha com a previsão de 69.507 milhões; Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 12,75%; Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos em 5,75%; e Manter o Coeficiente de Reservas Obrigatórias em 10,5%, para os passivos em moeda nacional, e em 15%, para os passivos em moeda estrangeira (com efeitos a partir do período de constituição de 7 de Junho de 2016)”, refere o comunicado.

Fonte: Jornal Notícias