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Primeiro-Ministro diz que a batalha reside na transformação de promessas em realidade

04/11/2021 08:52

O Primeiro-Ministro (PM), Carlos Agostinho do Rosário, diz que o grande desafio na batalha contra as mudanças climáticas e seus efeitos em países pobres, caso de Moçambique, reside em como transformar o apoio técnico-financeiro prometido pelas nações desenvolvidas em acções concretas.

“O grande desafio reside aqui. Como transformar essas promessas em acções concretas. Então temos que encontrar mecanismos para o seguimento do pós- COP 26 de forma a que Moçambique tire vantagem real das promessas feitas”, afirmou o Primeiro-Ministro.

Falando em Glasgow, à jornalistas moçambicanos, num meio balanço da participação do país na COP 26, que decorre desde 31 de Outubro até 12 de Novembro, na principal cidade escocesa, o Primeiro-Ministro disse que nos discursos proferidos na cerimónia de abertura e nas sessões seguintes ficaram patentes “muitas promessas” de países desenvolvidos como os Estados Unidos da América (EUA), Canadá, e Reino Unido, em termos de disponibilização de recursos para acções de adaptação nos países em desenvolvimento.

O Primeiro-Ministro participou também num painel da Commonwealth em que esteve o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Gordon Brown, entre outros líderes mundiais.

“Todos afirmaram que era necessário agir com urgência e transformarmos as promessas em acções concretas para que possamos salvar o mundo e, sobretudo, Moçambique que está no caminho dos efeitos extremos das mudanças climáticas”, disse.

Carlos Agostinho do Rosário referiu que, até aqui, a participação de Moçambique na COP 26 fez com que o país constatasse que o mundo está preocupado com as mudanças climáticas e que todos os apelos “são no sentido de alguma coisa seja feita para que o aquecimento global não esteja acima de 1.5 por cento”.

“É muito bom termos constatado que há um conhecimento muito forte de que Moçambique está, de facto, numa rota de desastres naturais, não obstante ser um país que faz parte dos que menos poluem”, disse.

Carlos Agostinho do Rosário assegura que o mundo sabe que “sem acção nenhuma, positiva, o planeta vai enfrentar um desastre sem precedentes”.

“Penso que o mundo está mais consciente de que se nada for feito, o desastre climático vai ser grande. Há interesses dos países desenvolvidos, mas estou seguro que a partir do que constatamos alguma coisa deverá ser feita para que a emissão dos gases de estufa não seja tão desastrosa”, anotou.

Explicou que na sessão plenária desta terça-feira (02) foi exibido um vídeo que “assustou todo mundo” pela magnitude dos efeitos das mudanças climáticas. “Penso que é um desafio. Nós, como fazendo parte dos países em vias de desenvolvimento, poluímos cerca de 20 por cento. Por isso, temos que nos organizar e nos estruturarmos para que essa vontade se concretize”, afirmou.

Vincou que “devemos nos preparar para termos o que é possível”. Cerca de 80 por cento dos índices de poluição resultam de diversas actividades que alimentam os países desenvolvidos. “Temos que lutar para que as tecnologias cheguem a nós e que essa vontade de poder apoiar se concretize”, sublinhou.

Além do apelo pela flexibilização da canalização de apoio técnico-financeiro, inserido no seu discurso, em plenária, o Primeiro-Ministro teve encontros, à margem da plenária, com várias personalidades, e participou numa sessão subordinada às “energias renováveis no âmbito das mudanças climáticas em África”. (AIM)