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Presidente Nyusi Lança o Reboque da Plataforma Flutuante na Cidade Coreana de Goeje para Cabo Delgado

15/11/2021 11:34

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, dirigiu no dia 15 de Novembro de 2021, nos estaleiros navais da Samsung Heavy Industries, na Cidade de Goeje, Coreia do Sul, a cerimónia oficial que marca o início do reboque da plataforma flutuante de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) no campo Coral Sul da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.

Trata-se da primeira planta flutuante de gás natural liquefeito a ser instalada em águas profundas e o primeiro projecto do género a ser desenvolvido em África. Esta infra-estrutura gigantesca será operada pela ENI, a empresa que opera em Moçambique desde 2006, actualmente no sector de Exploração e Produção de gás natural.

No acto de lançamento, a Esposa do Presidente Nyusi, Isaura Nyusi, dirigiu a cerimónia de baptismo da infra- estrutura e desejou uma viagem segura à tripulação, tendo a sua chegada prevista para início de Janeiro de 2022, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Semelhante a um navio gigante, com 432 metros de comprimento, a plataforma foi construída nos estaleiros da divisão industrial da Samsung em Geoje, Coreia do Sul. A plataforma vai atravessar o Oceano Índico para ser ancorada ao largo da costa de Cabo Delgado, presa por 20 cabos, e iniciar produção durante o primeiro semestre de 2022.

A infra-estrutura vai estar ligada a seis poços e extrair o gás para uma fábrica a bordo que o vai arrefecer, liquidificando-o, de modo a ser transportado em cargueiros, abastecidos ali mesmo, lado a lado, em alto mar, e que depois levam o combustível até aos países de destino para produção de electricidade, aquecimento ou outros fins.

Segundo o DW, a produção do projecto Coral Sul vai ser toda vendida à petrolífera BP durante 20 anos, com opção de extensão por mais 10. A plataforma tem depósitos de armazenamento no casco e 13 módulos por cima deles, incluindo uma fábrica de liquidificação, um módulo de oito andares onde podem viver 350 pessoas e uma pista para helicópteros.

Moçambique já exporta gás há 17 anos, dos poços de Pande e Temane, na província sulista moçambicana de Inhambane, para a África do Sul: são jazidas em terra, no sul do país, ligadas ao país vizinho através de um gasoduto.

Mas as reservas da bacia do Rovuma, sob o oceano Índico, encostadas à fronteira com a Tanzânia, são 20 vezes maiores, estimando-se que possam chegar a 160 biliões de pés cúbicos (tcf, sigla inglesa), segundo o Instituto Nacional de Petróleo (INP) moçambicano.

Moçambique espera colocar os projectos de exploração a funcionar a tempo de converter aquelas reservas em receitas para o Estado, numa altura de pressão mundial crescente para abandono de combustíveis fósseis. O Pais aposta no gás como fonte de energia de transição para outras mais limpas, logo, com maior longevidade, e aponta ainda como vantagem o teor de carbono mais reduzido do gás do Rovuma, tecnicamente classificando como mais limpo.

A bacia do Rovuma tem três projectos aprovados: a plataforma flutuante da Área 4, um projecto orçado em 6,12 mil milhões de euros e que vai ser o primeiro a arrancar, tendo como meta produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural por ano (mtpa). Os outros dois terão maior capacidade de produção, logo, deverão gerar maior receita, mas ainda ninguém tem certeza quando vão ser realidade.

Na Coreia do Sul, Nyusi faz-se acompanhar pela Esposa, pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela; vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves; embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Moçambique junto da República da Coreia, José Morais; Quadros da Presidência da República e de outras instituições do Estado. (AIM)