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Polícia frustra negócio de venda de menor

11/10/2017 11:32
Polícia frustra negócio de venda de menor

A Policia moçambicana (PRM) frustrou uma tentativa de tráfico de uma menor de 13 anos de idade envolvendo o seu próprio pai biológico, na cidade de Tete, província com mesmo nome, no centro do país.

O negócio, inviabilizado segunda-feira por denúncia popular, envolvia 2.363 mil meticais, valor com o qual o pai da menor pretendia construir uma habitação e comprar artigos domésticos.

Estefánio Máquina, pai da menor que escapou do tráfico, encontra-se detido nas celas da corporação no bairro Matundo.
Para atingir os seus objectivos, Máquina contactou o presidente da Associação de Ervanários de Moçambique (AERMO), na província de Tete, José Soca Carlos.
“Ele, o senhor Estefánio, contactou-me para que eu procurasse um comprador da criança por 2.363 mil meticais. Disse que decidiu vender a sua filha, menor de 13 anos, para sair da situação de pobreza, porque o objectivo principal é conseguir ter dinheiro para a compra de casa”, explicou o cidadão que foi escolhido para “caçar bom cliente”.
“Quando fui abordado para este tipo de negócio de venda de pessoa, achei muito estranho, por isso lhe pedi para que fosse esperar num local, onde poderíamos fazer o negócio e ele concordou, uma vez que já via o dinheiro perto de si, mas sem saber que eu ia comunicar à Polícia”, contou.
José Carlos explicou que para conseguir vender a sua filha Estefánio Máquina enviou a sua esposa para a sua terra natal, no distrito de Chiúta.
“Ele ficou a viver com duas crianças, a menina que escapou de ser vendida de 13 anos, e um menino de nove anos. Quando veio à minha casa, trouxe as duas crianças, mas uma é que estava à venda”, acrescentou.
Para poder convencer as crianças a saírem, contou o presidente da AERMO de Tete, disse-lhes que “filhos, vamos até à estrada para receber a vossa mãe, que está a vir de Chiúta”.
“Quando eu vim com os polícias discretos até ao local, ele já tinha dito aos seus filhos que ia para o corte de lenha numa zona por onde passa um riacho. Quando chegamos, ele abraçou a menina, dizendo que é esta minha filha. Foi assim que os polícias conseguiram provar que ele estava a vender a sua filha”, explicou.
“O nosso pai não disse que estou à venda. Só disse que vamos ao encontro da vossa mãe. Estamos a saber agora quando os polícias levaram ele para esquadra”, contou a menina que estava à venda, que responde pelo nome de R. Estefánio.
A PRM, que confirmou a detenção de Máquina, pediu para que as duas crianças estivessem ao cuidado do presidente da AERMO de Tete. “Eu aceitei porque não têm ninguém para lhes cuidar na sua casa, porque a sua mãe está em Chiúta”, disse José Carlos.
(AIM)