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Paz é irreversível

06/07/2018 11:19
Paz é irreversível

O Presidente da República, Filipe Nyusi, reafirmou ontem que a paz em Moçambique é irreversível e que conta com Portugal, como país amigo, no apoio para a criação de um ambiente pacífico e de confiança entre os moçambicanos.

Parafraseando Mia Couto, escritor moçambicano, Filipe Nyusi recordou que “ter inimigos é ficar escravo deles. A paz não nasce por se vencer um adversário. A verdadeira paz consiste em nunca chegar a ter inimigos”.

As declarações do Chefe do Estado foram proferidas durante um banquete em honra do primeiro-ministro português, António Costa, que efectua desde ontem uma visita de trabalho a Moçambique.

Na ocasião, Filipe Nyusi disse que os moçambicanos decidiram falar entre si antes de esgotar as energias, recursos e boa-fé que são necessários para construir pontes, produzir alimentos e definir políticas sustentáveis para a erradicação da pobreza.

“Entre moçambicanos não somos inimigos, daí que a melhor via que escolhemos para o nosso convívio fraterno é o diálogo. Estamos, em Moçambique, a consolidar o nosso processo democrático de modo a torná-lo mais inclusivo, através do aperfeiçoamento do processo de descentralização”, sustentou.

Filipe Nyusi detalhou que o passo em curso e mais importante de todos e para garantir o não recurso a hostilidades militares é a finalização dos assuntos militares, isto é, o desarmamento, desmobilização e reintegração dos efectivos militares da Renamo na vida social e económica nacional.

Trata-se de um processo que requer, segundo o Presidente, mais do que vontade política, confiança entre os moçambicanos, capacidade técnica de organização e recursos financeiros para a sua viabilização.

Referindo-se ao domínio económico, Nyusi apontou que, tal como se referiu noutras ocasiões, Portugal não pode ficar indiferente perante as oportunidades que se oferecem nesta região do Índico.

Já o primeiro-ministro português, António Costa, felicitou o Presidente moçambicano pelo “esforço extraordinário” que desenvolveu ao longo do seu mandato para o restabelecimento da paz que, como disse, os moçambicanos merecem.

António Costa também agradeceu a forma generosa e aberta como Moçambique tem acolhido, ao longo dos anos, as empresas portuguesas e os portugueses, sobretudo nestes anos difíceis para a economia dos dois estados.

“Como costumamos dizer, os amigos são para as ocasiões e foi nesta época de dificuldades que demonstrámos - e se alguém tivesse dúvidas - que éramos reciprocamente bons amigos”, sustentou Costa.