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PRM exige plano de campanha para evitar escaramuças

10/09/2018 11:07
PRM exige plano de campanha para evitar escaramuças

A POLÍCIA da República de Moçambique (PRM) exige dos concorrentes às eleições autárquicas de Outubro a disponibilização antecipada dos programas de campanha eleitoral para gerir as caravanas e evitar possíveis colisões que possam resvalar em escaramuças.

A exortação é do comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, e foi feita em Chimoio, província de Manica, num encontro que manteve com os cabeças-de-lista da Frelimo, Renamo e MDM.

A iniciar no dia 23 de Setembro corrente, a campanha eleitoral vai decorrer nas 53 autarquias do país e durante 15 dias.

O comandante-geral disse que os partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores devem disponibilizar com antecedência mínima de 48 horas os seus planos de reuniões e passeatas às autoridades policiais de modo a que a Polícia possa desdobrar os seus homens. Com os referidos planos, conforme explicou, a corporação vai garantir a protecção e gerir a movimentação dos candidatos e os seus simpatizantes, para que não entrem em colisões e, consequentemente, haja actos de violência eleitoral.

“Pretendemos que a campanha eleitoral decorra sem alteração da ordem e que não haja banho de sangue ou destruição de bens ou material de propaganda. Para tal, contamos com a ajuda dos cabeças-de-lista das 53 autarquias, de modo a destacarmos os agentes para assegurarem que não haja choque de caravanas ou disputas de espaços de realização dos comícios.

Com os programas fornecidos antecipadamente, saberemos monitorar e evitar confrontos das comitivas” - assegurou Bernardino Rafael.

Ao que sublinhou, o objectivo da Polícia é tornar as eleições mais simples e onde todos saiam a ganhar.

“Quando entramos em escaramuças ou violência, estamos a intimidar o eleitorado. Queremos que a campanha e as eleições sejam um momento de festa, promovendo a paz e a democracia no nosso país. Por isso, podem-nos fornecer o programa geral da campanha, mas pretendemos que tenhamos conhecimento das actividades de cada um no mínimo com 48 horas de antecedência à data da sua realização. A PRM é nacional e a todos serviremos sem qualquer condicionalismo” - explicou o comandante-geral no final da visita de trabalho que efectuou as províncias de Sofala e Manica.

INDICADOS PELA RENAMO: Dois quadros dirigem unidades policiais

Dois dos 10 homens indicados pela Renamo para integrar a Polícia da República de Moçambique (PRM) vão dirigir uma esquadra e um comando distrital nas cidades da Beira, em Sofala, e Maputo.

Segundo o comandante-geral da Polícia, que não revelou a identidade dos visados, um deles vai desempenhar as funções de chefe das Operações na 5.ª Esquadra PRM na cidade da Beira, sendo que o outro vai dirigir o Comando Distrital da corporação na Ilha de KaNyaca, na cidade de Maputo.

Bernardino Rafael revelou o facto fim-de-semana, durante a cerimónia de inauguração das novas instalações da 5.ª Esquadra da cidade da Beira. Acrescentou que os restantes oito homens indicados pela Renamo serão distribuídos pelos restantes ramos da corporação.

Segundo o comandante-geral, quatro serão integrados na Polícia de Trânsito, dois na Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial, e igual número na Polícia de Fronteira.

“Estamos prontos para os receber e enquadrá-los nos postos já definidos para o grupo. O efectivo aguarda por eles para dar o seu contributo no combate à criminalidade e acidentes de viação. Primeiro terão de passar por uma reciclagem, no fim da qual esperamos que sejam profissionais iguais aos restantes colegas e que dêem tudo de si na garantia da ordem e segurança públicas”, explicou Bernardino Rafael.

Os agentes da Polícia, de acordo com a fonte, estão sensibilizados e preparados para acolher e mostrar o serviço aos 10 homens provenientes da Renamo. Para o comandante-geral, não haverá nenhum tratamento discriminatório, pois são filhos de Moçambique que, juntamente com os colegas, vão trabalhar para o bem da segurança do país e dos cidadãos.

A integração do referido grupo resulta dos consensos alcançados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e a liderança da Renamo, visando ao alcance da paz efectiva no nosso país.