PME pedem acesso às riquezas do país
AS Pequenas e Médias Empresas (PME) solicitaram ao Governo a remoção das dificuldades para que acedam às várias oportunidades advindas das riquezas naturais de que o país dispõe.
Esta solicitação foi feita na última sexta-feira, em Maputo, durante um encontro que o Ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, manteve com representantes das PME, na Câmara do Comércio de Moçambique (CCM).
Na ocasião, o empresário Donald Tulcides, representante de uma PME, disse que apesar do país oferecer condições materiais para o trabalho, é crescente o desnível entre as capacidades das empresas e as oportunidades disponíveis.
Referiu que existem muitas empresas que ainda não estão preparadas para explorar as riquezas, salientando, contudo, ser necessário que o Governo crie mecanismos de apoio à formação do empresário para que este consiga se estabelecer no mercado.
“Ao nível do Governo deve-se incluir o pequeno empresário nas viagens ao exterior. Temos assistido que são sempre os mesmos que viajam para interagir com outros no estrangeiro. É preciso dar oportunidade ao pequeno empresário”, disse.
Por sua vez, Rui Paulino, presidente da Associação das Sucateiras de Moçambique, reclamou a falta de fiscalização naquele sector da indústria.
Segundo ele, existem unidades estrangeiras que se aproveitam da sucateira para esconder produtos contrabandeados, manchando assim a imagem das empresas dedicadas à reciclagem de sucatas.
“É importante que o sector da indústria fiscalize essas indústrias. Que haja licenciamento das operadoras vindo de fora”, sublinhou.
Na ocasião, o Ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, desafiou o empresariado nacional, sobretudo o que representa as PME, a se unir para travar o comércio ilegal, que, segundo ele, tem sido um dos grandes problemas da indústria nacional.
Referiu que o combate ao comércio ilegal deve ser levado de forma acérrima sobretudo pelos empresários, embora que toda sociedade é lesada por este crime.
“Tem que ser o sector empresarial, de forma organizada e individual, a embarcar connosco contra o comércio ilegal. O Estado pode mudar o director da fronteira ou das alfândegas, mas isso resolve totalmente o problema? Temos a sensibilidade que não”, afirmou o ministro.
Ragendra de Sousa reconheceu que o contrabando tem lesado não apenas aos empresários, mas também ao Governo moçambicano, através da ausência do pagamento dos impostos aos cofres do Estado.
O governante instou ainda os empresários a pautarem pelas boas práticas de ética profissional, ignorando qualquer acto corrupto vindo da administração pública e não só.
“Pedimos aos senhores empresários que têm documentos para levantar ou despachos. Não paguem “refrescos”, por favor, pois isto não ajuda nem a vocês, nem ao Estado e nem sequer moraliza a sociedade”, apelou.