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OMS exige maior tributação sobre bebidas açucaradas

13/10/2016 10:35
OMS exige maior tributação sobre bebidas açucaradas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira aos governos que aumentem o imposto sobre as bebidas açucaradas para combater o problema da obesidade no mundo, onde um adulto em cada três está com excesso de peso.

A OMS afirma que esta medida poderá reduzir o consumo desses produtos e, por conseguinte, reduzir o sofrimento das pessoas e salvar vidas.
O pedido da OMS coincide com o Dia Mundial da Obesidade, que se assinala a 11 de Outubro.
O excesso de peso é hoje um dos factores de risco reconhecidos como importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, porque pode provocar aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue. 
A agência da ONU afirma, no seu novo relatório, que existem provas evidentes de que novos impostos cobrados sobre as bebidas açucaradas, como refrigerantes, 'reduziriam proporcionalmente seu consumo'.
Um aumento de 20 por cento dos preços desse tipo de bebida teria uma redução do consumo da ordem de 20 por cento e um aumento de 50 por cento reduziria o consumo pela metade, segundo a OMS.
'Se os governos impuserem impostos a produtos como as bebidas açucaradas, poderão reduzir o sofrimento e salvar vidas', declarou Douglas Bettcher, que dirige o departamento de prevenção da OMS para doenças transmissíveis, citado pela agência de notícias AFP.
A escala mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980. Em 2014, mais de 1,9 bilhão de adultos - pessoas com 18 anos ou mais - estavam com excesso de peso, e destes mais de 600 milhões eram obesos.
Em 2015, 42 milhões de crianças com menos de cinco anos tinham excesso de peso ou eram obesas.
Ao mesmo tempo, o número de adultos que sofrem de diabetes passou, em 35 anos, de 108 milhões, em 1980, para 422 milhões. em 2014, segundo um primeiro relatório global da OMS publicado em Abril.
Em 2012, a diabetes matou 1,5 milhão de pessoas no mundo, a este número acrescem 2,2 milhões de mortes devido a doenças vinculadas à diabetes, totalizando 3,7 milhões de mortes.
O novo estudo é o resultado de uma reunião no ano passado entre especialistas fiscais a quem a OMS pediu que estudassem como as políticas fiscais podem diminuir a taxa de diabetes.
No México, que impôs em 2014 uma tributação aos refrigerantes que provocou uma alta de preço de 10 por cento, o consumo caiu seis por cento.
'As políticas fiscais deveriam visar os alimentos e bebidas para os quais existam alternativas', recomenda o estudo.
A OMS há muito tempo que diz que o açúcar deveria constituir menos de 10 por cento do consumo energético diário de uma pessoa, e pede agora aos países que reduzam essa taxa a cinco por cento.
Isso representa 25 gramas, ou o equivalente a seis colheres de café de açúcar, por dia.
Uma lata de refrigerante representa 10 colheres de café de açúcar.
O novo relatório também afirma que as subvenções às frutas e verduras para reduzir seu preço entre 10 e 30 por cento também seriam eficazes para melhorar os hábitos alimentares.