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Nyusi procura mercado para gás natural no Japão

14/03/2017 07:19
Nyusi procura mercado para gás natural no Japão

O Presidente da República, Filipe Nyusi, vai procurar uma abertura para a entrada e comercialização do gás natural moçambicano no mercado japonês e o envolvimento do país nipónico em projectos prioritários no sector energético em território nacional, essenciais para catapultar o crescimento socioeconómico.

A consumação desse desiderato foi revelada pela Ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, no contacto havido com a imprensa, aqui em Tóquio, onde o Chefe de Estado efectuará, a partir de hoje até quinta-feira, uma visita oficial, a convite do Primeiro-Ministro, Shinzo Abe, que em 2014 esteve no país. 
Segundo Klemens, “desarmar” as barreiras e assegurar o mercado para o recurso energético que o país dispõe em enormes quantidades constitui uma das metas que interessa consumar, porquanto o “gigante” da economia asiática e do mundo tem fortes laços de cooperação bilateral com o país e podem ainda ganhar uma valência de maior coeficiente. 
“Nesta visita ao japão, temos a apresentar os recursos energéticos do gás e do carvão e olhamos para o Japão como um grande cliente. Precisamos que ele faça a compra do nosso gás”, afirmou a titular da pasta dos recursos minerais e energia, realçando que essa é a maior expectativa do país em relação aos recursos minerais.
As descobertas até então feitas nas pesquisas sísmicas em curso indicam que o país possui um volume que ronda os 100 triliões de pés cúbicos de gás natural na bacia sedimentar do Rovuma, quantidade que coloca Moçambique entre as maiores reservas mundiais do hidrocarboneto, e a maior do continente africano.
As descobertas até aqui feitas indicam que Moçambique tem potencial para se tornar no terceiro maior produtor de gás natural liquefeito (GNL), após o Qatar e a Austrália, e no 'maior agente' no mercado africano de petróleo e gás, desiderato cuja concretização precisa de avultados e enormes investimentos.
No pacote de actividades inseridas na agenda de trabalho que o Chefe de Estado vai efectuar, está prevista, para terça-feira, a visita a uma gigantesca unidade de processamento de gás, a Tóquio Gás, onde vai conhecer de perto os avanços dados pelo país do Pacífico Norte, no domínio do aproveitamento do precioso hidrocarboneto.
A ministra apontou igualmente o projecto da central a carvão de 1200 megawatts em Tete, entre outros de elevada prioridade para o governo moçambicano.
O carvão mineral até muito recentemente apontado como recurso energético altamente poluente e nocivo ao meio ambiente, devido as elevadas emissões de dióxido de carbono (fumo) durante o aproveitamento nas indústrias, voltará a ser uma das maiores opções dos países consumidores.
Alguns países, como é o caso do Japão, já descobriram uma nova tecnologia que permite eliminar o alto teor das substâncias nocivas ao meio ambiente e aproveitar melhor o carvão na geração de energia limpa e outras finalidades industriais. 
Letícia Klemens disse que sobre os projectos que o país tem em carteira e os assuntos que vão marcar a visita do estadista moçambicano, no domínio de energias, há um sentimento de optimismo em relação ao que pode ser o saldo dos quatro dias de trabalho no país do “sol nascente”.
(AIM)