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Nyusi encoraja combate à caça furtiva na Reserva Nacional do Niassa

05/11/2018 13:02
Nyusi encoraja combate à caça furtiva na Reserva Nacional do Niassa

O estadista moçambicano, Filipe Nyusi, visitou sexta-feira a Reserva Nacional do Niassa, com a missão de avaliar e monitorar o progresso e eficácia das iniciativas adoptadas pelo governo para controlar a caça furtiva que já dizimou vários milhares de elefantes.

A Reserva do Niassa é a maior área de conservação no país e com a maior população de elefantes. 
Em Abril de 2018 quando a taxa de abate de elefantes por caçadores furtivos atingiu a escala alarmante, uma média de três elefantes mortos por dia, o Presidente da República, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, decidiu destacar para a Reserva, uma unidade policial da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). 
Durante a visita, Nyusi dirigiu uma reunião que contou com a participação do ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, o director geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação, o administrador do Distrito de Mecula e outros quadros do ministério.
Uma nota de imprensa enviada à AIM refere que “o Presidente da República tomou conhecimento através do Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, que o resultado preliminar do Censo Nacional do Elefante, em curso no país, indica à existência na Reserva do Niassa de uma população de aproximadamente 4.000 indivíduos, o que reflecte uma recuperação da população desta espécie que no censo de 2016 estava estimada em 3.500 indivíduos”. 
Na Reserva, Nyusi participou numa operação de imobilização e colocação de colar de rastreio via satélite num elefante, que foi baptizado, pelos gestores da Reserva, como “Mr. President”. 
“A colocação de colares nos elefantes da Reserva é uma medida de gestão que visa aumentar o controlo sobre aqueles animais, e estudar os seus movimentos e dinâmica da população naquele habitat”, explica o documento. 
Nyusi também se reuniu com um grupo de filantropos e investidores de turismo de conservação, entre os quais David Bonderman, Presidente da Wildcat Foundation que, de forma consistente, tem apoiado a Reserva do Niassa. Aliás, nos últimos seis anos investiu oito milhões de dólares. 
O encontro também contou com a participação de outros parceiros com intervenções na Reserva do Niassa, representantes das organizações Wildlife Conservation Society (parceiro do governo na co-gestão da Reserva), a Fauna and Flora International, a Luwire Lda, a Mariri Investimentos Lda, Chiulexi Conservação e Investimentos, estas três últimas, concessionárias a operar nos blocos de gestão da Reserva. 
Os esforços de protecção da Reserva do Niassa, com o envolvimento da UIR, Força de Protecção dos Recursos Naturais, Fiscais da Reserva e concessionários resultou na redução de 73 por cento da taxa de mortalidade de elefantes pela caça furtiva quando comparado com o primeiro semestre do ano passado. 
Um dos principais objectivos do Governo no presente quinquénio é reverter a tendência de caça furtiva que ameaça a sobrevivência de espécies chave da fauna bravia no país. 
Nyusi elogiou o trabalho em curso de revisão do Plano de Maneio da Reserva que está em fase de consultas públicas, através das quais as comunidades têm estado a manifestar a sua expectativa e desejos face ao desenvolvimento em perspectiva para o período de 2019-2029. 
O estadista moçambicano encorajou o governo local a manter um relacionamento saudável na Reserva, mitigando os conflitos decorrentes da gestão dos recursos naturais. 
Enfatizou a importância do reconhecimento do papel da comunidade local como o maior guardião da conservação da biodiversidade e dos recursos naturais, e incentivou as Forças de Defesa e Segurança posicionadas na Reserva a prosseguirem com o combate à caça furtiva. 
O Chefe de Estado aproveitou a ocasião para enfatizar a importância da Reserva Nacional do Niassa, afirmando “Niassa é uma das últimas e maiores áreas de vida selvagem em África. É o coração das florestas de miombo - o habitat mais importante para os Moçambicanos e muitos povos africanos. Precisamos de fazer tudo o que pudermos para conservar a Reserva Nacional do Niassa”.
(AIM)