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Nyusi encoraja Companhia de Sena a retomar produção em Luabo

26/07/2016 12:53
Nyusi encoraja Companhia de Sena a retomar produção em Luabo

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que o governo vai contactar e encorajar os proprietários da companhia de Sena para reinvestirem no distrito de Luabo, Sul da província central da Zambézia, onde detém extensos hectares de terra e ruínas de infra-estruturas, incluindo açucareira, em estado de abandono.

Os proprietários vão ser contactados e, primeiro, encorajados a voltarem a produzir. Algo vai ser feito”, disse Nyusi, falando hoje na cidade de Quelimane, em conferência de imprensa de balanço dos quatro dias de visita de trabalho a província da Zambézia, iniciada na passada Quinta-feira.
Com efeito, Nyusi escalou Luabo na última Sexta-feira onde, em pleno comício popular, ouviu queixas das populações e ideias sobre como reactivar a produção agro-industrial em Luabo, na margem norte do rio Zambeze, entre outras questões.
“Queremos que se invista aqui em Luabo tal como aconteceu em Marromeu (margem sul do rio Zambeze, mas já na província de Sofala) onde a mesma companhia de Sena possui investimentos activos”, disse o cidadão Arlindo Mukwesso.
Segundo Mukwesso, em Luabo, a Companhia abandonou cerca de 12 mil hectares de terra fértil e diversas ruinas de infraestruturas. 
Ele explicou que a companhia de Sena já chegou a empregar cerca de 10 (dez) mil trabalhadores, apenas em Luabo, mas, hoje, o distrito enfrenta uma grave crise de emprego porque “a fábrica foi destruída pela guerra movida pela Renamo (durante 16 anos e que terminou em 1992 como o Acordo Geral de Paz)”.
“Não se pode privar a terra em detrimento das populações. Tudo está parado porque ninguém mexe esta imensa e rica terra. Mas até se pode procurar novos investidores para produzirem culturas alimentares e comerciais como o arroz”, afirmou Mukwesso. 
Ainda na conferência de imprensa, o Presidente reconheceu que em Luabo a população disse claramente que, por razões de guerra, a fábrica açucareira foi destruída.
A população, segundo Nyusi, pediu novos investidores, caso os anteriores manifestem falta de vontade de reinvestir, “para que as terras em questão sejam utilizadas e não cativadas por um determinado grupo de pessoas”. 
“A população sabe muito bem dizer o que quer em termos de prioridades. Vamos trabalhar no sentido de responder esses anseios”, disse.
Entretanto, quando questionado sobre que saídas podem se desenhar quanto as exigências da Renamo de criação de autarquias provinciais, com recurso a armas de fogo `a mistura, o Presidente disse não ser apologista de diálogo de certas matérias a nível de imprensa. 
“Eu não quero fazer diálogo a nível da imprensa. Penso que este assunto está bem encaminhado, pois existe uma comissão mista que está a discutir a matéria”, disse Nyusi, acrescentando que “deixemos que sejam eles a trabalhar nisso com apoio dos facilitadores”
“Penso que fica bem que a discussão decorra a nível da comissão mista sem nenhuma influência”, referiu.
A necessidade de se dialogar com a Renamo, que apesar de ser o maior partido da oposição em Moçambique possui uma ala armada e que tem estado a desestabilizar algumas regiões do centro do país, foi tónica dominante dos pedidos feitos pelas populações durante os comícios orientados pelo Presidente Nyusi durante a sua visita a Zambézia.
Nesta província, ele escalou os distritos de Mopeia, Luabo, Chinde, Derre, Inhassunge e a cidade de Quelimane, tendo orientado comícios em todos os distritos com a excepção da capital provincial.
(AIM)