Nyusi convida empresários indonésios a investir em Moçambique

 
Nyusi falava, esta terça-feira, em Jacarta, a capital da Indonésia, durante um encontro que manteve com os empresários locais, evento que marcou a última etapa da sua estadia neste pais asiático, onde, no mesmo dia, participou da cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da Associação dos Países da Orla do Índico (IORA) e, a margem dela, reuniu-se com o seu homologo indonésio, Joko Widodo.
“Estão todos convidados a investirem em Moçambique”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano, garantindo que o Governo tudo fará para facilitar a entrada no país das empresas indonésias.
O Presidente da República realçou que para facilitar os investimentos estrangeiros em Moçambique estão a ser tomadas medidas no concernente a reformas na legislação a esse respeito.
“Há muitas oportunidades em Moçambique, sendo que a tecnologia e a vossa capacidade financeira podem ser capitalizadas', disse.
Na ocasião, o estadista moçambicano destacou algumas das áreas definidas como prioritárias, as quais devem estar na agenda dos empresários indonésios.
Neste sentido, apontou a agricultura com uma das áreas estratégicas no plano de desenvolvimento de Moçambique e que deve merecer a atenção dos empresários, já que o país detém condições agro-ecológicas e há garantias do mercado nesta área, não só ao nível nacional como também regional e, quiçá, mundial.
“Na agricultura, a Indonésia pode fazer muito bem”, considerou Nyusi, numa alusão à experiência que os empresários indonésios possuem neste sector de actividade. 
Outras áreas que mereceram destaque no convite são as de hotelaria e turismo, energia, mineração, hidrocarbonetos, pesca, entre outras.
No caso de hotelaria, Nyusi informou que empresários de diferentes países asiáticos tem vindo a investir em Moçambique, já que as condições para isso existem.
“Já estamos a ter muitos hotéis de asiáticos, mas ainda não vimos um único hotel de investimento indonésio”, realçou, reiterando o seu convite aos empresários locais para o efeito.
Quanto ao sector de energia, o Presidente da República classificou de grande negócio, que tem mercado, não só no país como também em toda a Africa Austral. 
“O negócio de energia é viável”, defendeu. 
A este respeito, Nyusi explicou que o país possui condições para hidro-elétricas e outras fontes renováveis.
Informou que Moçambique é um grande produtor de carvão, um recurso que pode ser usado para a geração de energia suficiente para sua exportação.
“Hidrocarbonetos são também fonte de investimentos. Temos águas profundas onde se pode construir portos. A área de transporte pode ser explorada, mesmo nas áreas sociais como educação e saúde”, enumerou. 
No caso de transporte aéreo, citou o exemplo do aeroporto de Nacala, a norte do país, que, pela sua proximidade com Ásia, pode ser uma mais-valia.
Outra área de é das pescas, em que Moçambique possui muitas potencialidades, ainda por explorar. 
“Convido à vossa reflexão”, declarou o estadista moçambicano. De seguida explicou que manteve um encontro com o seu homólogo indonésio, onde foram analisados, entre outros, aspectos de cooperação económica entre os dois países.
“Com o Presidente (Widodo) discutimos assuntos políticos, económicos e de cooperação. Estou satisfeito, porque vi no Presidente uma grande vontade de cooperar com Moçambique”, disse. 
As trocas comerciais entre Moçambique e Indonésia já chegaram a atingir a fasquia de 178.7 milhões de dólares norte-americanos, em 2013, mas, já em 2016, situaram-se apenas em 44.5 milhões de dólares.
Todo esforço dos dois governos é no sentido de não só recuperar o desempenho de 2013 como, sobretudo, superá-lo cada vez mais.
Aliás, foi no encontro entre os dois presidentes que se anunciou, por parte do anfitrião, um credito concessional de 120 milhões de dólares para o apoio ao empresariado nacional.
Após o encontro com empresários indonésios, Nyusi reuniu-se também com a comunidade moçambicana residente neste país, evento que teve lugar na residência da Embaixadora, Maria Gustava.
(AIM)