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Nyusi admite mediadores no diálogo com Renamo

17/06/2016 09:33
Nyusi admite mediadores  no diálogo com Renamo

O Presidente da Republica, Filipe Nyusi, diz que está pronto a dialogar com o líder da Renamo (maior partido da oposição em Moçambique), Afonso Dhlakama, na presença de mediadores.

A participação de mediadores era uma das condições impostas pela Renamo para a retomada do diálogo com o governo e a cessação das hostilidades. 
Falando num comício que orientou no posto administrativo da Machava-sede, no âmbito da visita presidencial que realiza desde hoje ate sábado próximo a província de Maputo, sul do país, Nyusi sublinhou que o povo moçambicano 'não pode ser morto' porque alguém condiciona a paz.
O Chefe do Estado moçambicano explicou que as equipas do governo e da Renamo criadas para preparar o encontro ao mais alto nível já harmonizaram os pontos da agenda, mas agora, afirma ser difícil falar porque o líder da Renamo impõe como condição para os seus homens pararem com os ataques a presença de mediadores ou observadores. 
“O Estado pode fazer o que quiser em defesa dos moçambicanos mas essa não e' a intenção do Presidente. Se é a questão de mediadores aceito que (Dhlakama) venha agora falar comigo. Que venha com alguém que seja aceite por todos. Que venha com essas pessoas e vamos ver o que vai acontecer. Eu estou pronto”, disse o Presidente da Republica. 
'As escolas estão a fechar em Barué, Morrumbala …', afirmou Nyusi. “Que venha com eles para que não haja mais mortes”.
Referiu que na zona centro as pessoas não podem viajar e outros dormem no mato temendo serem mortos pelos homens armados da Renamo.
' O que nós queremos é dialogar ao mais alto nível dentro de muito pouco tempo”, declarou.
Explicou que no começo foi difícil a Renamo anunciar os membros da sua equipa para preparar o encontro ao mais alto nível, mas acabou indicando, o que, segundo o Presidente, e' de louvar.
O governo anunciou a constituição da sua equipe no início de Março com a missão de preparar o encontro entre Nyusi e Dhlakama, tendo convidado a Renamo a fazer o mesmo. Integram a equipe do executivo Jacinto Veloso, membro do Conselho de Defesa e Segurança, Benvinda Levi, assessora jurídica do Presidente da República, e Alves Muteque, quadro da Presidência.
Em Maio passado, Dhlakama apontou os deputados da bancada parlamentar da Renamo Andre Magibir, Eduardo Namburete e José Manteiga.
Porém, o diálogo voltou a cair num impasse devido a insistência do Dhlakama na presença de mediadores internacionais, incluindo a Igreja Católica, a União Europeia e o Presidente sul-africano, Jacob Zuma.
Segundo Nyusi, estas equipas já produziram a proposta de agenda. A Renamo aponta dois pontos, designadamente a governação de seis províncias que alega ter ganho nas eleições gerais de 2014 e a situação das Forças de Defesa e Segurança (FDS). O Governo também colocou dois pontos, nomeadamente a cessação imediata dos ataques e o desarmamento da Renamo.
“Eu concordo com esta proposta de agenda mas quando digo vamos avançar para chegarmos a conclusão aparecem a impor mais condições”, disse Nyusi.
O Presidente explicou que em Moçambique a condição para se estar no poder é por via de eleições. 
“Moçambique tem sido elogiado por respeitar este princípio de eleger os seus dirigentes de cinco em cinco anos”, disse Nyusi.
'Houve eleições na Africa do Sul, Zimbabwe, Tanzânia, Malawi, Namíbia e Botswana', disse Nyusi, adiantando que, apesar de ter havido reclamações em alguns dos países, ninguém pegou em armas. 
Hoje, primeiro dia da visita, o Presidente da Republica, além do comício, orientou a Sessão Extraordinária do Governo Provincial alargada aos Administradores Distritais, presidentes das assembleias Provinciais e dos conselhos municipais e outros quadros para depois inaugurar novas infra-estruturas da Fábrica Coca-Cola.
(AIM)
MAD/sn
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