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"Não somos mais um país africano no FOCAC" – PR

03/09/2018 14:01
"Não somos mais um país africano no FOCAC" – PR

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, disse Domingo, em Beijing, durante a reunião com a comunidade moçambicana na China, que Moçambique não pode ser visto como mais um país africano no Fórum de Cooperação África-China, explicando aos moçambicanos os objectivos da estadia de Moçambique na China, que é de captar mais investimento para o país.

Para o Chefe do Estado, os moçambicanos devem aproveitar as oportunidades que a China oferece, pois, segundo o Presidente Nyusi, Moçambique veio para oferecer, mas também para receber, isso com vantagens mútuas.

“Nós viemos oferecer, mas também receber, porém com vantagens mútuas, pois a nossa diplomacia económica é para funcionar. No meu encontro com o Presidente Xi Jinping, abordei essa perspectiva de busca de parcerias para investirem para o desenvolvimento do país”, afirmou.

Referiu-se também às audiências concedidas à diferentes empresas chinesas, que estão interessadas em investir em várias áreas, como agricultura, pesca, transportes, turismo, infraestruturas, energia, entre outras.

Exortou aos jovens estudantes presentes na reunião para interiorizarem a experiência chinesa e aplicá-la no seu regresso a Moçambique, apostando no empreendedorismo, de modo a contribuírem para o desenvolvimento do seu país.

"A ciência dá ferramentas para saberem distinguir oportunidades, por isso não apostem em ser empregados, mas em empreender, e isso precisa de disciplina pessoal rigorosa e de um comprometimento com os objectivos", disse o estadista.

Falando sobre a paz, uma das preocupações apresentadas durante o encontro, o Chefe do Estado disse que não fez mais nada a não ser aquilo que prometeu no acto da sua tomada de posse, que foi dialogar.

"Prometi que iria privilegiar o diálogo com todos os moçambicanos, sem nenhum tipo de distinção, e foi isso que fiz. Para chegarmos ao consenso para o fim das hostilidades, desloquei-me à Gorongosa por três vezes, e finalmente tivemos a mesma ideia sobre a necessidade de paz no país", explicou.

Sobre os ataques perpetrados por malfeitores em algumas zonas da província de Cabo Delgado, o Presidente da República explicou que é um grupo que se esconde atrás da religião, pois nem eles próprios entendem ou seguem os preceitos da religião que dizem seguir.

"As Forças de Defesa e Segurança estão no terreno para garantir a ordem e proteger a os cidadãos e os seus bens. Temos tido troca de experiência com países que tem este fenómeno, como a Tanzânia e o Quénia, e nós vamos defender o povo até às últimas consequências. Há expectativas de que a paz definitiva está para vir", anotou o Presidente Nyusi.

GIPR/JSA