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Nampula: Novo regulamento sobre comercialização da castanha de cajú

06/11/2018 07:17
Nampula: Novo regulamento sobre comercialização da castanha de cajú

Está para breve a introdução de um novo regulamento que vai regular a comercialização e toda a cadeia de valor da castanha de cajú em Moçambique. 

A informação foi prestada pelo director-geral do Instituto de Fomento do Cajú (INCAJÚ), Ilídio Bande, durante a II Reunião do Comité do Cajú, que agrupa todos os intervenientes na cadeira de valor desta cultura de rendimento, que teve lugar recentemente na cidade de Nampula, capital da província homónima na região norte. 
Segundo Bande, decorrem discussões sobre o referido regulamento para atender a questões relacionadas com a produção, fomento, processamento, comercialização, industrialização e exportação da castanha de cajú. 
“Vamos, por exemplo, dividir a comercialização em níveis, sendo que o primeiro prevê a intervenção de comerciantes nacionais enquanto os estrangeiros poderão entrar apenas no segundo e terceiros estágios. Estou confiante que este regulamento estará pronto muito em breve,' explicou. 
Bande afirmou também que o sector discutiu o preço de referência para a presente campanha de comercialização, lançada a 25 de Outubro e, informações confirmadas apontam para um mínimo de 30 meticais e um máximo de 38 o quilo (u dólar equivale a cerca de 50,14 meticais ao câmbio corrente). 
'Estamos a propor a definição do preço de referência para garantir que quer o produtor quer os industriais saiam com ganhos. Moçambique tem uma indústria em fase de recuperação e o governo tem o dever de apoiá-la, fazendo o controlo para que os preços não descambem para lá daquilo que os industriais podem pagar', apontou o director-geral do INCAJÚ. 
A fonte revelou que na presente campanha Moçambique prevê uma produção de 140 mil toneladas de castanha de cajú, que significa um aumento de sete por cento comparativamente a época passada.
A AIM, ouviu o presidente da Associação dos Industriais do Cajú (AICAJÚ), Yunuss Gafar, que defende o processamento local como uma mais-valia, pois acrescenta valor a matéria-prima, beneficia o produtor e cria mais empregos no país.
'Esperemos que o regulamento garanta o melhor para todos, alavancando a nossa indústria. Aquilo que hoje vemos é concorrência desleal, operadores não licenciados, outros ocasionais que acabam por não trazer quaisquer ganhos fiscais ao país. Recolhem a matéria-prima para beneficiar mão-de-obra no exterior,' afirmou Gafar.
Disse acreditar que seja seguido o critério de satisfação integral primeiro para a indústria local na exportação de cajú, como forma de garantir empregos para os moçambicanos. 
'Nesta época, esperamos ter à disposição cerca de 90 mil toneladas para as fábricas do norte, centro e sul do país', disse. 
Já, Kadir Ibrahimo, presidente da Associação Comercial-Industrial e Agrícola de Nampula (ACIANA), garante que existem stocks suficientes de matéria-prima para a indústria nacional.
'Ainda há excedentes da campanha passada, e uma parte do produto que não saiu por falta de qualidade. Além disso, as perspectivas para a campanha actual são das melhores'.
Kadir ibrahimo considera ainda que a exportação deveria acontecer entre Dezembro e Janeiro, pois trará mais vantagens. 
'O preço médio de 30 meticais o quilo é vendável, porque temos que ter em conta os outros países produtores e a saturação dos mercados internacionais'. 
Dados da AICAJÚ indicam que existem actualmente no país 13 fábricas de processamento de castanha de cajú, que empregam cerca de 20 mil trabalhadores. 
(AIM)