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Mortalidade por malária cai 26 por cento

27/04/2016 16:29
Mortalidade por malária cai 26 por cento

O número de óbitos causados pelo parasita da malária registou uma queda de 26 por cento no ano passado, em Moçambique, ao cair de 3.245 em 2014 para 2.400 registados no ano passado, anunciou segunda-feira a ministra da saúde, Nazira Abdula.

Segundo a ministra, a redução da mortalidade ocorre apesar de se registar uma tendência crescente no número de casos de malária, que aumentou 10 por cento no ano passado, ao atingir 6.418.516 episódios da doença contra 5.820.340 registados no ano anterior.
“Apesar do elevado conhecimento que temos sobre a malária, e embora tenhamos registado algumas melhorias no último ano, ela continua ser uma doença mortal e um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país”, disse Abdula que falava na cidade de Nampula, capital da província homónima, na região centro, no decurso das cerimónias centrais alusivas ao Dia Mundial da Malária, uma efeméride que decorreu sob o lema “Para o Bem de Todos Nós, Vamos Acabar com a Malária”. 
Explicou que o número elevado de casos de malária afecta negativamente o desenvolvimento económico e social do país, perpetuando o ciclo doença-pobreza, devido ao elevado índice de absentismo escolar bem como a perda de mão-de-obra laboral.
Nos últimos anos, segundo a governante, o sector da saúde testemunhou a expansão e fortalecimento das intervenções nas áreas preventivas e curativas da doença, com o registo de taxas de cobertura encorajadoras.
Como exemplo, a fonte salientou que em 2015 cerca de 95 por cento da população beneficiou de redes mosquiteiras em campanhas de distribuição massiva em 41 distritos, 85 por cento das mulheres grávidas beneficiaram de redes mosquiteiras na consulta pré-natal, 92 por cento da população foi protegida nos 19 distritos abrangidos pela campanha de pulverização intradomiciliária e a taxa de letalidade por malária reduziu em 28 por cento.
No que concerne ao tratamento da doença, o país adoptou políticas mais eficazes baseadas na terapia combinada de Artemisina, com o objectivo de garantir a cura do doente e evitar casos de resistência.
“Estas combinações terapêuticas têm sido associadas a estudos de resistência, efectuados de forma rotineira pelas nossas instituições de pesquisa”, disse a ministra, para de seguida acrescentar que o governo consegue alocar aqueles medicamentos até ao nível comunitário, através dos agentes polivalentes elementares que conseguem diagnosticar e tratar casos de malária simples, reduzindo desta feita a mortalidade por esta doença no país.
Exortou a participação de todos os cidadãos na luta contra a doença, fazendo no seu dia-a-dia, algo cada vez mais melhor dentro das medidas conhecidas para o controlo e combate desta enfermidade.
Instituído a 25 de Abril de 2008, o Dia Mundial da Malária assinala-se com eventos em todo o mundo para reconhecer o empenho, controle mais eficaz desta doença e o aproveitamento e apoio das experiências bem-sucedidas.
Entre 2000 e 2015, a mortalidade por malária diminuiu 60 por cento a nível global e o número de casos da doença caiu 37 por cento, o que se estima que tenha permitido evitar um total acumulado de 1,2 mil milhões de novos casos e salvar 6,2 milhões de vidas.
No entanto, em 2015 ainda se registaram 214 milhões de casos e a doença matou 438 mil pessoas, 90 por cento das quais na África Subsaariana e 78 por cento das quais crianças com idade inferior a cinco anos.
Contudo, a malária é uma doença que pode ser facilmente evitada e que tem cura, sobre a qual os esforços para seu controle têm mostrado extraordinário sucesso na última década.