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Moçambique vai contar com mais 106Mw de energia

18/11/2016 12:06
Moçambique vai contar com mais 106Mw de energia

Moçambique passará a contar, a partir de Agosto de 2018, com mais 106 megawatts de energia eléctrica, na sequência do lançamento hoje, em Maputo, da primeira pedra do projecto de construção da central

termoeléctrica de ciclo combinado a gás natural.
A mesma será alimentada pelo hidrocarboneto extraído nos campos de Pande e Temane, na província meridional de Inhambane.
A cerimónia de lançamento da primeira pedra foi dirigida pela Ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, um acto testemunhado por quadros da Electricidade de Moçambique (EDM), representantes dos parceiros de cooperação, entre outros participantes.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Mateus Magala, disse, na ocasião, que a central, com capacidade para produzir 106 megawatts, é avaliada em 180 milhões de dólares americanos e constitui o primeiro maior investimento do governo em infra-estruturas de produção de energia eléctrica, através da empresa.
Para o efeito, segundo Magala, o governo mobilizou junto do parceiro, o governo nipónico, através da Agência Japonesa de Desenvolvimento Internacional (JICA), um financiamento concessional de 167 milhões de dólares, a uma taxa de juro favorável de 0.01 por cento/ano, com um período de pagamento de 40 anos, incluindo um período de graça de 10 anos.
A comparticipação da EDM no projecto, cujo arranque está previsto para Dezembro próximo, é avaliada em 13 milhões de dólares, valor resultante de fundos próprios. A duração das obras é de sensivelmente dois anos e meio.
Para além da construção do empreendimento, o financiamento inclui a formação de quadros da EDM na operação e manutenção, bem como seis anos de serviços de manutenção a ser feita pelo fabricante.
“A central a ser construída será a primeira termoeléctrica de ciclo combinado no país, assegurando o uso mais eficiente do nosso recurso energético, neste caso, o gás natural, agregando mais valor e contribuindo, deste modo, para a redução das emissões, preservação do ambiente e desenvolvimento económico sustentável do país”, disse Magala.
O projecto da central, combinado com o da reabilitação das centrais hidroeléctricas de Mavuzi e Chicamba na província central de Manica, contribuirá para diversificar a matriz energética e aumentar em 150 por cento a capacidade de geração da própria EDM, passando dos actuais 206MW para cerca de 315MW, a partir de meados de 2018.
Segundo a fonte, a taxa de crescimento médio do consumo de energia eléctrica nos últimos cinco anos, no país, situa-se nos 12 por cento, sendo a mais elevada da África Austral, cuja média é de cerca de três por cento. 
Para responder à procura de energia eléctrica, o país necessita, em média, de cerca de 100MW por ano, ou seja, todos os anos, deve-se construir uma central com capacidade igual a central cuja primeira pedra foi hoje lançada.
A Ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, disse que a central termoeléctrica de ciclo combinado a gás de Maputo será a primeira de maior eficiência no país e na região austral.
“Estando próxima do grande centro de carga, a cidade de Maputo, contribuirá para a segurança de fornecimento de energia `a zona metropolitana de Maputo e Matola”, disse Klemens, anotando que a expectativa é ver acrescida a disponibilidade de energia eléctrica para a zona sul do país em geral.
Por seu turno, o representante da JICA, Katsuyoshi Sudo, disse que a central termoeléctrica vai contribuir para o fornecimento de mais energia eléctrica com qualidade e fiabilidade para a cidade e província de Maputo.
A introdução da tecnologia de primeira geração japonesa de ciclo combinado, a ser usada para aumentar a eficiência e também reduzir substancialmente as emissões do dióxido de carbono, é, segundo Sudo, pioneira tanto no país quanto na África Austral.
Para além de ajudar o sector de energias a responder ao grande desafio de aliviar a sobrecarga a que está sujeita a rede sul, o projecto espera gerar cerca de 200 postos de emprego com a assistência técnica de especialistas japoneses. 
A central é constituída por dois ciclos onde é feita a queima do gás nas turbinas a gás. Mas os gases escape resultantes do processo, ao invés de saírem à atmosfera com uma temperatura estimada em 550 graus centígrados, entram no sistema de recuperação de gases escape.
No sistema, a água é transformada em vapor que, por sua vez, acciona uma turbina a vapor que vai também produzir energia, gerando um acréscimo de potência comparativamente a uma central convencional que funciona com base num ciclo aberto. Aliás, é este ciclo que permite recuperar mais um terço da energia que se perderia na atmosfera. 
(AIM)