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Moçambique não tem histórico de conflito de natureza religiosa - Filipe Nyusi

07/06/2019 09:07
Moçambique não tem histórico de conflito de natureza religiosa - Filipe Nyusi

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, nega que o seu país tenha um histórico de conflitos de natureza religiosa, por isso não aceita que sejam muçulmanos que estão a protagonizar a violência na província nortenha de Cabo Delgado.

"Os nossos irmãos do norte, nos distritos da província de Cabo Delgado, são vítimas de terror e extrema violência. São assassinados e suas habitações e bens destruidos pelo homem que não quer mostrar o seu rosto. Fazem de alguma forma, através dos seus pronunciamentos, esforços para confundirmos com o islão", sublinha o Presidente.
"Nos moçambicanos não temos históricos de conflitos de natureza religiosa. Nao aceitamos que nos imponham que são muçulmanos que fazem isso", sublinhou.
Segundo o Presidente, mesmo no período de Ramadão estes malfeitores continuaram a matar gente, "o que é inadmissível, pois o Islão, tal como o conhecemos, significa Paz, nas suas palavras e nos seus actos". 
Falando esta quarta-feira nas celebrações do Ide, uma cerimonia islâmica que marca o fim do mês de jejum para esta comunidade religiosa, Nyusi disse que "o país está a viver momentos em que precisa de uma paz efectiva e duradoura".
Para Nyusi, todos unidos numa só voz, "usemos este momento para condenar veementemente (a violência) e pedir a Allah que devolva a tranquilidade aos nossos compatriotas em Cabo Delgado, o mais urgente possível. O muçulmano não compactua com ódio, inveja, e com a violência".
Num outro desenvolvimento, Filipe Nyusi explicou que o mês de jejum consolida o pacto profundo entre o homem e o bem. "É neste mês que existe a noite mais sagrada. Hoje é o dia da vitória da fé. É o tempo da alegria, paixão e caridade’’. 
"Quando tomamos conhecimento desta festa, aqui na cidade da Beira, a semelhança do que está a acontecer em todos os cantos de Moçambique, não esperamos pelo convite", afirmou. "Decidimos vir para as celebracões na cidade da Beira. Nesta tão importante ocasião, de forma solene, queremos enaltecer o papel histórico, que a comunidade muçulmana tem prestado no desenvolvimento sócio-económico do nosso pais", acrescentou.
Na sequencia disso, Nyusi agradeceu a comunidade muçulmana pelo apoio prestado às vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, que fustigaram a região central do país em Março e nortenha em Abril, respectivamente. "Este ano o Ramadão acontece após dois ciclones, nomeadamente o Idai e o Kenneth terem fustigado as províncias de Sofala, Manica, Tete, Zambezia e Inhambane, com destaque para cidade da Beira aqui onde nos encontramos, e as províncias de Nampula e Cabo Delgado".
"Todo Moçambique viveu dor dos nossos compatriotas. Quero em nome de todos os moçambicanos, agradecer a contribuição da comunidade muçulmana, o que fez, para salvar vidas. O povo moçambicano nunca se esquecerá. O ciclones nos trouxeram um rasto de destruções sem paralelo", vincou.
(AIM)