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Moçambique lança concurso internacional para migração digital

24/06/2016 12:40
Moçambique lança concurso internacional para migração digital

O governo moçambicano vai lançar, ainda este mês de Junho, um concurso internacional para a selecção da empresa que vai financiar e implementar o projecto definitivo da migração digital no país.

Neste momento estamos a trabalhar no sentido de cumprir com as regras de contratação de serviços no país. A nossa esperança é concluirmos o processo até ao final deste ano”, disse o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do operador público da rede de televisão digital (TMT), Victor Mbebe.
Falando a AIM, em Beijing, a margem do sexto seminário de desenvolvimento da televisão digital em África, que decorre de hoje até esta Sexta-feira, na capital chinesa, Mbebe reiterou que o projecto definitivo da migração digital devia ter já iniciado, “mas houve necessidade da sua reavaliação”. 
Segundo a fonte, é no âmbito da mesma reavaliação que se está a finalizar o respectivo “procurement”.
Questionado sobre a participação ou não da empresa “StarTimes”, Mbebe disse tratar se de um concurso internacional em que “esta empresa esta livre de concorrer”.
“A empresa ganhadora avançará com o financiamento e implementação do projecto definitivo”, acrescentou.
A fonte explicou que, apesar das questões que motivaram a reavaliação do projecto inicial, o processo da migração de analógico para digital nunca parou, sendo por essa razão que em Dezembro último o país testemunhou, em Maputo, o arranque do projecto-piloto. 
Com efeito, de lá pra cá foram instalados emissores em Maputo, Beira e Nampula e, neste momento, estão em processo de montagem dois outros em Quelimane e Tete.
No âmbito da cooperação com a China, a Televisão (Pública) de Moçambique (TVM) recebeu um donativo de oito emissores que, segundo Mbebe, já se encontram no país, desde o passado mês de Março. Uma equipa de técnicos chineses é esperada, em Maputo, ainda este mês, para a instalação deste lote de emissores. 
Estes equipamentos destinam-se as regiões fronteiriças da Ponta do Ouro, Namaacha, Ressano Garcia, vila de Manica, Milange, Mandimba, Zobue e Ulongwe.
Mbebe acredita que o projecto-piloto seja concluído ainda este ano. 
De acordo com a fonte, serão ainda recebidos quatro emissores provenientes de um financiamento do Instituto Nacional das Comunicações (INCM) que ainda se encontram na fase de produção, devendo estar prontos até finais de Agosto. As cidades de Xai-Xai, Inhambane, Chimoio e Lichinga são as beneficiárias deste lote. 
“Com estes quatro teremos completado a instalação de emissores em todas as capitais provinciais mais os oito das zonas fronteiriças”, disse.
A fase-piloto de migração digital custou, até agora cerca de 3,5 milhões de dólares americanos financiados por entidades públicas e privadas. O custo do projecto definitivo só será conhecido depois de apurado o vencedor do concurso internacional. 
Na região Austral da África, todos os países já iniciaram com o processo de televisão digital com a excepção de Angola. Alguns já terminaram com o processo casos da Tanzânia e Maurícias e a própria África do Sul que está na fase conclusiva de migração. 
Quanto a Moçambique, o PCA do TMT revelou que a nova data de Dezembro de 2016 “não será cumprida sob o ponto de vista do término das emissões analógicas”. O país falhou a data inicial de 17 de Junho de 2015 que tinha sido fixada pela União Internacional das Telecomunicações (ITU) para o fim das transmissões televisivas analógicas, tendo se decidido pela fase-piloto de implantação de uma rede de televisão digital terrestre.
Contudo, segundo a fonte, ate Dezembro próximo, se tudo correr bem, o país já terá todos os emissores do projecto-piloto em pleno funcionamento, para além de que a questão do financiamento já terá sido concluída no âmbito do concurso internacional.
Quanto a Radio, a AIM apurou que ainda não há data limite do fim das emissões analógicas como acontece com a televisão.
Moçambique faz-se representar no sexto seminário da digitalização em África por uma equipa que também integra a Directora do Gabinete de Informação (GABINFO), Emília Moiane, e os presidentes dos conselhos de administração da TVM e Rádio Moçambique (RM), Jaime Cuambe e Faruco Sadique, respectivamente.
(AIM)