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Moçambique e Japão reavaliam PROSAVANA

14/03/2017 07:21
Moçambique e Japão reavaliam PROSAVANA

Os Governos de Moçambique e do Japão vão reactivar os compromissos assumidos entre as partes no sentido de garantir o arranque, a breve trecho, do projecto trilateral denominado ProSavana, a ser implementado em 19 distritos das províncias da Zambézia, Nampula e Niassa (no Corredor de Nacala) numa extensão de terra calculada em 11 milhões de hectares.

A concretização do ProSavana, a ser implementado numa área cuja extensão de terra é maior que o território do vizinho Malawi, além de aumentar os volumes de excedentes poderá transformar o Corredor de Nacala num celeiro alimentar para o país e reforçar a capacidade de exportar várias culturas que a região tem um elevado potencial.
A convicção foi expressa esta segunda-feira pelo Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, que se encontra em Tóquio e integra a delegação do Presidente da República, Filipe Nyusi, que durante quatro dias estará em visita oficial a este país asiático.
Segundo Pacheco, o ProSavana que envolve os governos de Moçambique, Japão e Brasil pretende desenvolver a agricultura moçambicana ao longo do Corredor de Nacala e, para o efeito, já estão em execução alguns pilares do projecto, visando dar corpo e forma aos objectivos preconizados no programa. 
O ministro apontou, a título de exemplo, que o pilar da investigação ora em implementação cujas amostras se traduzem na melhoria qualitativa da formação de recursos humanos, laboratórios de apoio e foi, aliás, na sequência dessa determinação que o país passou a dispor, em Nampula, de um laboratório de solos e plantas, em funcionamento desde 2015.
Desta feita, segundo o titular da pasta da agricultura, as análises que antes tinham de ser feitas em Maputo agora são feitas em Nampula, não apenas para o Corredor de Nacala mas para toda a região norte e parte da região centro. Um segundo laboratório será edificado no Niassa também destinado a apoiar a produção agrária.
O país possui um universo de 4.5 milhões de produtores, de várias escalas, e, segundo as estimativas, até cerca de quatro milhões desse número são pequenos produtores, grupo alvo do ProSavana que será exposto às tecnologias, incentivos, acesso a semente, e factores de produção para aumentar a própria produção e produtividade e, por conseguinte, saírem da subsistência para uma situação de agro-negócio.
Segundo Pacheco, o país possui, neste momento, cerca de 600 mil produtores que estão a beneficiar de pacotes tecnológicos avançados, isto é, que já trabalham na perspectiva do agro-negócio, número que poderá subir para 800 mil produtores na próxima época.
A terceira componente do projecto consiste, segundo o ministro, no plano director e está ainda no processo consultivo, onde são feitas consultas participativas com vários intervenientes dos três países.
Porém, no caso de Moçambique, o nível de intervenção é mais alargado porque envolve desde os produtores, agentes económicos e organizações não-governamentais na perspectiva de ter, o mais breve possível, um plano director de consenso, que, quando aprovado, estará assim aberta a possibilidade de o país ter linhas de financiamento para assegurar o apoio aos pequenos produtores. (RM-Japão)