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Moçambique e Japão procuram estabilidade de combustíveis para o país

17/03/2017 07:42
Moçambique e Japão procuram estabilidade de combustíveis para o país

Os Governos de Moçambique e do Japão vão trabalhar em conjunto na identificação de um mecanismo para auxiliar o país na estabilização do problema de combustíveis líquidos, assim como das finanças públicas, que sufocam a economia moçambicana e ameaçam o ritmo de crescimento.

O entendimento é fruto da visita de quatro dias que o Presidente da República, Filipe Nyusi, esteve a efectuar desde segunda-feira ao Japão para assinalar a passagem dos 40 anos de estabelecimento de relações de cooperação bilateral, bem como realçar a “diplomacia económica” que visa atrair investimentos para o território nacional.
Nyusi, que revelou o facto na conferência de imprensa que marcou o termo da visita, não adiantou os detalhes a serem usados para a consumação desse desiderato, porém afirmou que o Executivo japonês está interessado em apoiar Moçambique a estabilizar o problema de combustíveis assim como das finanças.
“Como é que as coisas vão acontecer, terá de ser o país a estudar, mas tudo indica que será por via de uma doação”, disse o presidente, que considera normal o gesto do governo nipónico. 
Moçambique, segundo o presidente, constitui uma grande porta de entrada para acolher o Japão a cooperar economicamente com o continente. Aliás, é plena convicção do representante da Organização Japonesa de Comércio Externo (JETRO) que o país constituirá o núcleo de dinamismo económico do bloco regional, nos próximos tempos.
O gesto do Japão, segundo o presidente, vai representar um alívio para a pesada factura que o país tem de custear com a importação de combustíveis líquidos. Porém, ressaltou que se vai tratar de apoio para todo o sempre, porquanto as pessoas dão o que têm e o que podem, mas nem sempre na dimensão da real necessidade de quem auxiliam.
“Vai significar um alívio para Moçambique porque pode significar resolver o problema das importações por algum tempo”, explicou o presidente, anotando que prefere esperar para avaliar o tipo de apoio que o país pode ter.
No entanto, o governo não vai ficar de “braços cruzados” a espera do apoio, mas sim trabalhar no sentido de criar as próprias reservas com vista a responder as necessidades do país na questão de combustíveis.
Sobre a sua deslocação a Tóquio, que atribui nota muito positiva, Nyusi disse ter vindo ao Japão para conquistar o mercado para o produto moçambicano desde a agricultura às pescas, mas em particular para as recentes descobertas de recursos naturais.
“É preciso encontrar mercado fiável permanente e bom, no sentido de bom preço porque quando isso acontece ganhamos nós”, disse o presidente, acrescentando que as quatro áreas prioritárias do governo (energia, agricultura, turismo e infra-estruturas) foram tema de exposições nos contactos havidos com as entidades empresariais japonesas.
O Chefe de Estado disse, por outro lado, que ter partilhado com o Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, os resultados das negociações que o seu governo continua a estabelecer com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no sentido de restabelecer o mais depressa possível a confiança que possibilitará o funcionamento normal da economia moçambicana.
(AIM)