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Moçambique dispõe de cerca de dez mil e oitocentos elefantes

20/08/2019 08:21
Moçambique dispõe de cerca de dez mil e oitocentos elefantes

Esta informação foi tornada pública este domingo, em Genebra, Suíça, no evento paralelo de Moçambique, organizado pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

O evento teve por tema “As experiências de Moçambique na implementação da CITES” e realizou-se no âmbito da 18ª Conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES).

O Director de Protecção e Fiscalização da ANAC, Carlos Lopes Pereira disse que os resultados preliminares do censo indicam uma estimativa de 10800 elefantes. De acordo com Lopes Pereira, a população de elefantes está estável no país desde o censo de 2014.

O Censo Nacional Aéreo do Elefantes e outras Espécies foi co-financiado pelo Governo de Moçambique e pela Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD), tendo custado cerca de 1 milhão de dólares americanos. O censo foi um exercício importante no sentido monitorar a evolução da população de Elefantes no país.

“Decorre neste momento a avaliação independente do relatório do censo, que será seguida da validação do relatório de revisão dos dados brutos. Os procedimentos atrás referidos são requisitos internacionalmente estabelecidos para o apuramento final dos resultados de um censo aéreo”, disse Carlos Lopes Pereira no evento paralelo à COP 18.

O evento paralelo de Moçambique contou com apresentações do Secretariado da CITES, do Banco Mundial e do Programa Global da Vida Selvagem (Programa Conjunto do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas), bem como do Embaixador da França para assuntos Ambientais e Negociações Internacionais.

O Director Geral da ANAC, Mateus Mutemba agradeceu a presença dos participantes, historiou o envolvimento do país na CITEs e frisou o compromisso de Moçambique na implementação da Convenção, em particular do Plano Nacional de Acção para a Gestão do Marfim e do Rinoceronte (NIRAP).

Destacou igualmente os principais desafios do país no combate à caça furtiva e ao comércio ilegal de produtos de vida selvagem tendo apresentado os progressos feitos por Moçambique no âmbito de alguns dos pilares daquele plano de acção, nomeadamente nos domínios: do quadro legal, fiscalização, coordenação interinstitucional, regional e internacional, bem como da comunicação e consciencialização.

Mateus Mutemba apresentou igualmente as perspectivas do país em relação à implementação dos pilares do Plano Nacional de Acção para a gestão do Marfim e do Rinoceronte (NIRAP).

O Evento Paralelo de Moçambique na 18ª Conferência das Partes da CITES contou com a presença de diversas personalidades provenientes de organizações governamentais, representantes dos países da SADC, dos Secretariados da União Africana e da SADC, ONGs internacionais e sector privado. O evento foi testemunhado por Amadeu da Conceição, embaixador de Moçambique junto da Missão das Nações Unidas, em Genebra.

A Convenção CITES é um acordo assinado entre governos de todo o mundo, com o objectivo de regular o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, num quadro de utilização sustentável destes recursos. Cerca de 5 800 espécies de animais e 30 000 espécies de plantas são protegidas neste âmbito.

A CITES foi esboçada como resultado de uma resolução adoptada em 1963 numa reunião dos membros da IUCN (União Mundial para a Natureza). O texto da Convenção foi finalmente acordado numa reunião de representantes de 80 países realizada em Washington, D.C.,Estados Unidos da América, em 3 de Março de 1973, tendo entrado em vigor no dia 1 de Julho de Julho de 1975. Um total de 183 países são partes da CITES, cuja sede está em Genebra, Suíça.

A adesão de Moçambique ratificada no ano de 1981, através da Resolução número 20/81 de30 de Dezembro. A ANAC (Administração Nacional das Áreas de Conservação) representa a autoridade administrativa da CITES em Moçambique, sendo a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) a autoridade Científica. (RM-Genebra)