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Moçambique caminha para a auto-suficiência na produção de frango - Nyusi

24/09/2018 09:06
Moçambique caminha para a auto-suficiência na produção de frango - Nyusi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que o sistema nacional de produção de frango está a caminhar de forma veloz e intensiva para a e alcance da auto-suficiência e redução das importações, com registo de resultados muito satisfatórios, em particular, neste último quinquénio.

Nyusi, que falava hoje na inauguração do Centro de Reprodução de Ovos Férteis da Namaacha, província de Maputo, destacou que a visão do Governo para o quinquénio 2015-2019 é ter um sector agro-pecuário próspero, competitivo e sustentável, capaz de responder aos desafios da segurança alimentar e nutricional. 
É nesta perspectiva que o Chefe do Estado inaugurou este Centro de Reprodução da empresa HIGEST, cujo investimento foi de 350 milhões de meticais (um dólar vale cerca de 60,29 meticais). O mesmo está implantado numa área de 150 hectares e tem uma capacidade para albergar 40 mil fêmeas e quatro mil machos em fase de postura e produzir 6,8 milhões de ovos férteis para incubação por ano.
“Como este acto deu-se mais um passo para o cumprimento das nossas recomendações na Reunião Nacional dos Avicultores de Rapale, Nampula, que orientamos o sector avícola para o aumento da produção e da produtividade para o alcance da autossuficiência na produção de frango e ovos”, disse Nyusi.
Segundo Nyusi, o sector avícola em 2015 produzia 68 mil toneladas de carne contra uma necessidade de 78 mil toneladas e a meta é atingir 128 mil toneladas em 2019, face a uma necessidade de consumo projectada de 96 mil toneladas.
“Na altura, muitos não acreditavam na capacidade nacional para o cumprimento desta meta, mas, desde lá, estamos a trabalhar para sairmos de um défice de cerca de 90.700 toneladas em 2015 para dispormos de um excedente na ordem de 31 mil toneladas em 2019”, disse o Presidente Nyusi.
Nyusi referiu que nos últimos dois anos surgiram novas iniciativas do sector privado para a produção de frango e ovos nas províncias de Maputo, Gaza e Tete, havendo avanços a registar em Nampula e Zambézia.
“Durante este período registou-se uma redução dos níveis de importação de frango em cerca de 17 por cento, tendo, em 2017, sido importadas cerca de 3.300 toneladas de frango congelado e seus derivados, contra cerca de quatro mil toneladas em 2016”, afirmou.
Com esta unidade, segundo Nyusi, deu-se um passo decisivo para o cumprimento da nossa meta de reduzir a importação de ovos em cerca de 14 por cento por ano,contribuindo para o aumento da produção nacional de frango em cerca de sete por cento.
Até ao momento, Moçambique contava com duas unidades deste género sendo uma em Nampula e outra em Manica, produzindo cerca de nove milhões e dez milhões de ovos férteis por ano, respectivamente.
Explicou que a região sul estava totalmente dependente de ovos férteis importados da Africa do Sul e Suazilândia e mesmo da Europa, cujas importações representavam cerca de 70 por cento de ovos férteis consumidos em todo o país que é de 66 milhões de ovos por ano, facto que, doravante, vai conhecer uma mudança.
O Presidente da República destacou que Moçambique já conta com matadouros que iniciaram a implementação de sistemas de análises de perigos, pontos críticos de controlo na cadeia de processamento como forma de melhorar a qualidade do produto final para satisfazer as exigência do mercado.
“Aliás, Moçambique já fornece pedaços de frango a multinacional KFC para além de fornecer a várias redes de comercialização em todo o País por responder aos padrões qualidade exigidos a nível internacional”, explicou.
Para Nyusi, ao longo da cadeia de valor de produção de frango e ovos vão surgir mais postos de trabalho para os moçambicanos para além de estímulos para os grandes, médios e pequenos produtores, incluindo os do sector familiar.
O Chefe do Estado apontou como desafios do sector o aumento das unidades de abate, melhoria da qualidade de frango, produção nacional de ovos férteis para garantir a segurança alimentar e nutricional e a garantia de maior independência da produção nacional de frango.
Apelou aos pequenos produtores a unirem-se em associações ou cooperativas como forma de encontrarem o caminho para entrarem e afirmarem-se no mercado cada vez mais competitivo.
(AIM)
MAD/DT