Moçambique: Governo animado pelos progressos no âmbito do projecto de LNG
O governo moçambicano afirma que os acordos e contratos de venda de gás natural firmados entre as concessionárias e clientes renomados ao nível mundial são indicadores tangíveis de que o país está na rota de se tornar um dos principais fornecedores de gás natural liquefeito (LNG) ao nível global.
Segundo o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando, a aprovação pelo governo, em Fevereiro último, do Plano de Desenvolvimento do projecto de LNG em terra, da Área 1, revela que as primeiras unidades de produção de gás natural liquefeito, a serem construídas em Afungi (província de Cabo Delgado) pelas concessionárias, vão ser o ponto de viragem para colocar Moçambique no mapa de fornecimento de LNG ao nível mundial.
Falando na abertura oficial da 5ª Cimeira de Gás de Moçambique, que teve lugar hoje, em Maputo, capital do país, o governante destacou que o país regista progressos estáveis para se tornar um novo fornecedor de Gás Natural Liquefeito.
“Portanto, não estamos apenas falando de aspirações. Estamos fazendo progressos estáveis e tangíveis para nos tornarmos um novo fornecedor de Gás Natural Liquefeito”, disse no evento que decorre sob o lema “Comemorando 5 anos conduzindo a indústria de gás de Moçambique'.
O projecto de LNG em Moçambique, liderado pela multinacional norte-americana Anadarko, está a se revelar como um dos futuros líderes no sector global do gás natural liquefeito.
O projecto é considerado, não, só pelo governo moçambicano, mas, também, pela Anadarko, como oportunidade única para dar resposta à crescente procura mundial de uma fonte de energia sustentável, fiável e mais limpa.
A Anadarko é a operadora exclusiva da licença de exploração na Área 1, com uma participação accionista de 26,5 por cento naquela região onde aproximadamente 75 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável foram descobertos no mar.
No âmbito da execução do projecto, as concessionárias da Área 1 garantiram uma série de contratos de venda de gás vinculativos, incluindo a Electricite Du France e a Tohoku Electric do Japão, bem como outros acordos não vinculativos com compradores de LNG “respeitáveis”, o que cria condições para que a Anadarko e companhia tomem a Decisão Final de Investimento no primeiro semestre de 2019.
As unidades de produção vão ter a capacidade inicial de 12 milhões de toneladas de LNG por ano.
O vice-presidente da Anadarko em Moçambique, Steve Wilson, anunciou progressos nas obras de construção da estrada de acesso a Afungi; pista de aterragem e expansão do acampamento de trabalhadores, para triplicar o número de camas disponíveis de 400 para 1.150.
“As três estão a progredir bem. A estrada está progredindo bem, quase 60 por cento de execução. Será concluída em Março do próximo ano. A expansão do acampamento está indo bem. E o trabalho também começou na pista e será concluído em duas fases: em Novembro do próximo ano e Maio de 2020”, disse Wilson, na sua abordagem em torno do tema “Moçambique: um fornecedor global de gás e LNG que promove a segurança energética”.
O projecto de LNG vai ter uma componente significativa de gás doméstico para o consumo do país, no âmbito de um acordo entre as concessionárias e o governo moçambicano, para ajudar a impulsionar o avanço e desenvolvimento económico da região norte do país.
A Anadarko fala de um investimento aproximado de 23 biliões de dólares norte-americanos no âmbito do projecto, 2,5 biliões gastos com empresas de propriedade moçambicana ou registadas em Moçambique, cerca de cinco mil postos de trabalho para cidadãos nacionais na fase de construção e 1.500 durante a fase de operações.
Estes dados levam o representante da Anadarko a afirmar que acredita “sinceramente que esta é a mudança de jogo, única da vida para causar um enorme impacto positivo para o país e melhorar as perspectivas para os moçambicanos e as futuras gerações de moçambicanos”.
(AIM)