Moçambique: Funcionários “Parasitas” afugentam investidores - Governador do Banco de Moçambique
O Governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, considera que a atitude de alguns servidores públicos afugenta investidores estrangeiros que procuram oportunidades de negócio no país, ao impor-lhes o pagamento de comissões como condição para tramitar os seus processos.
A denúncia, segundo escreve hoje o “Notícias”, foi feita em plena sessão de encerramento do Conselho Consultivo do Banco Central, recentemente realizada em Quelimane, na Zambézia, centro do país.
Segundo Zandamela, a mudança de mentalidade destes servidores será fundamental para a melhoria do ambiente de negócios no país.
“A razão por que as coisas não avançam no nosso país é porque as pessoas encarregues de assegurar que os processos andem, não deixam que tal aconteça, porque acham que para que tal aconteça, eles devem receber “a sua parte”...Assim, não vamos a lado nenhum”, disse o governador do Banco Central, lembrando que, volvidas duas décadas de criação do quadro legal para o programa de Zonas Económicas Especiais em Moçambique e mais de uma década de sua implementação, o seu impacto continua marginal.
“O problema é que há funcionários públicos que pensam que quando os investidores vêm para Moçambique estão cheios de dinheiro e dispostos a entregar esses recursos facilmente. Desse jeito, se não mudarmos de comportamento, só certos projectos poderão avançar; mas aqueles que têm impacto nas micro-finanças, nos pequenos empreendimentos não irão a lado nenhum, porque não geram lucros fabulosos para pagar esses parasitas”, frisou Zandamela.
Referiu-se ainda à necessidade de as várias sensibilidades envolvidas na melhoria do ambiente de negócios no país trabalharem em sintonia, facto que pode ser consumado através da elaboração de um plano director.
“Não adianta que os diferentes sectores trabalhem de forma isolada, porque assim as coisas não irão para nenhum lado. Se a EDM (Electricidade de Moçambique), o sector de águas, a Autoridade Tributária, o governo da província, do município ou do distrito não fizerem a sua parte, as coisas não vão andar e o investidor há-de ir embora, porque para eles, tempo é dinheiro, e então eles vão procurar oportunidades noutro lugar”, afirmou.
(AIM)