Ministro do Interior pede prudência na abordagem
O Ministro do Interior, Basílio Monteiro, apela à prudência na abordagem sobre os ataques a alvos civis e militares em Mocímboa da Praia, Nangade e Palma, em Cabo Delgado, porque o assunto está a ser tratado com o cuidado necessário pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Falando à margem da recepção que o Presidente da República, Filipe Nyusi, concedeu esta semana ao corpo diplomático acreditado em Maputo, Basílio Monteiro afirmou que ainda não há indícios suficientes para considerar os ataques terroristas, mas sim de índole criminal.
O governante disse que ainda não há elementos para rotular este grupo de terrorista porque não foram encontrados elementos suficientes que justifiquem tal rotulagem, mas reconheceu que estes praticam actos horríveis, que aterrorizam a população local.
Referiu que tal susto à população deriva do facto de, em cada investida, o grupo atingir quatro, cinco ou seis casas, incendiar estas infra-estruturas, e isso faz com que as pessoas fiquem tentadas a encontrar formas de rotula-los de terroristas.
“Sinto que seria bom e prudente encarar estas manifestações criminosas de maneira fria. O que aconteceu não são ataques no sentido técnico da palavra, ocorreram roubos e assassinatos a quem resistisse ao grupo, que anda refugiado e com problemas alimentares”, disse o ministro.
Acrescentou que os autores destas acções foram vistos a roubar cabritos, farinha e outro tipo de alimentos, bem como medicamentos. Portanto, segundo afirmou, é um grupo que se reduziu a acções rigorosamente criminosas de grande impacto.
Basílio Monteiro disse ainda que, apesar disso, as FDS estão a trabalhar para dar uma resposta adequada a esta ameaça, havendo necessidade de silêncio total para não desvendar as acções em curso com vista a neutralização deste grupo.
“Nem sempre é bom, numa situação destas, aparecermos a falar. São humanos, escutam-nos, e quando se apercebem do que eventualmente está a ser preparado também se adaptam. Então, a bem das acções em preparação, é prudente ter mais calma e paciência”, afirmou.
Garantiu que o Governo, e particularmente as FDS, farão o que lhes compete para repor a ordem naqueles pontos do país e possivelmente noutras zonas onde podem pairara eventuais ameaças deste tipo de acções.
Reiterou a necessidade de paciência e abordagem na análise desta questão, porque dos trabalhos feitos até ao momento não foram encontrados sinais, nem próximos, de terrorismo, porque o maior número de pessoas interrogadas já transmite a ideia do que eventualmente pode ser.
Infelizmente, segundo o ministro, os interrogados transmitem também a ideia do nível de organização para cometer aquele tipo de crime, daí que, nos últimos dias, nenhum alvo de envergadura foi atingido.
“Foram detidas 250 de pessoas, com tempo e os interrogatórios alguns vão sendo restituídos à liberdade para aguardarem o julgamento e outros ainda vão sendo recolhidos, com as novas detenções também se conseguem novas pistas. Mas eu estou certo, e podem crer, que em breve vamos repor a ordem naquela província”, garantiu o governante.