Medidas de austeridade devem considerar motivação do pessoal
O Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, afirma que o orçamento rectificativo, aprovado pela Assembleia da República, remete o sector a implementação de medidas de austeridade que devem ser aplicadas tendo em conta os elementos motivacionais dos quadros.
Falando na sessão de encerramento do XXXIV Conselho Coordenador do seu ministério que vinha decorrendo desde quarta-feira na cidade da Matola, Mesquita destacou os quadros como principal activo das instituições e que devem estar sempre motivados para a execução das suas tarefas.
Para alcançar este desiderato, Mesquita defende que os cortes, no âmbito das medidas de austeridade devem incidir sobre despesas adiáveis cujo impacto não compromete a execução dos planos estabelecidos.
Mesquita reiterou a necessidade de se continuar a agir com transparência na realização das tarefas, promovendo a poupança e o controlo efectivo, rigor, determinação e responsabilidade na implementação das medidas que são tomadas.
Temos que continuar a inovar e investir de forma integrada e coesa e desenvolver acções concretas e progressivas que garantam o melhoramento do Produto Interno Bruto (PIB) no nosso sector, disse Mesquita.
Destacou que o sector cresceu em 2,3 por cento no primeiro semestre do presente ano, apesar das adversidades que o país enfrenta, caracterizadas pela redução do preço da maioria dos produtos de exportação, exacerbado pela instabilidade político-militar que se vive na região centro, seca no sul e cheias que assolaram o norte.
Mesquita fez recordar que em 2015 o sector dos transportes e comunicações registou um crescimento na ordem dos 9,8 por cento, superando a meta de programada de 9,1 por cento.
Estamos cientes dos desafios que nos esperam como sector dos transportes, e comunicações no seu todo e em cada ramo em especial, destacando as que são parte do Plano Quinquenal do Governo e do Plano Economico e Social, disse Mesquita.
Na ocasião Mesquita arrolou algumas das principais tarefas a realizar em cada um dos diversos sectores tutelados.
Assim, no ramo da marinha, o ministro apontou que o Instituto Nacional da Administração Marítima (INAMAR) é chamado a reflectir sobre a melhoria das infra-estruturas de acostagem das embarcações e sobre as medidas de segurança no embarque e desembarque de passageiros.
A Transmaritima deverá fazer uma reflexão profunda sobre o funcionamento e optimização das embarcações existentes, disse Mesquita, adiantando que é decisão do governo e constitui prioridade a revitalização da cabotagem marítima e tudo tem que ser feito para que ela se torne realidade no corrente ano.
O Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATER) é chamado a reflectir sobre os factores que propiciam a ocorrência de sinistros, a melhora com urgência os serviços prestados aos cidadãos eliminando as longas filas que se observam diariamente nas repartições desta instituição.
No ramo ferro-portuário o ministro instou a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) a aumentar melhorar a circulação de pessoas e bens ao longo da vias ferroviárias e mobilizar mais carga para as linhas apesar do esforço que ela está a envidar através da aquisição de locomotivas, vagões e reabilitação de linhas férreas.
Nos portos temos que continuar as acções de dragagem, em especial nos portos de Maputo, Beira e Quelimane. Devemos trabalhar para o aumento da capacidade dos portos para que os investimentos que estão a ser feitos nas linhas férreas tenham complementaridade nos terminais portuários, destacou o governante.
No ramo da Aviação Civil Mesquita recomendou o aumento do número de pessoal aeronáutico qualificado e a promoção de uma concorrência sã entre os operadores de transporte aéreo e ampliar as ofertas para privilegiar a escolha dos consumidores.
A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) foi recomendada a eliminar os atrasos nos voos, redução dos custos das passagens aéreas no território nacional e a melhoria dos serviços de informação aos passageiros.
A empresa Aeroportos de Moçambique (ADM) deve continuar a promover a certificação dos aeroportos e estudar formas para viabilizar o Aeroporto de Nacala e nas telecomunicações a missão e expandir a banda larga para os distritos.
Os correios devem continuar a apostar na diversificação dos produtos e serviços incluindo o desenvolvimento de projectos imobiliários e financeiros e a Meteorologia continuar com acções de melhoria das actividades de previsão do estado do tempo.