Imprensa

Mecanização agrária alcança 35 mil beneficiários

23/09/2016 09:09
Mecanização agrária alcança 35 mil beneficiários

O Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, disse que o Programa Nacional de Mecanização Agrária (PNMA), para além de estimular o crescimento do sector, elevará para 35 mil o total de beneficiários das actividades prestadas pelos Centros de Serviços Agrários (CSA), instalados em todo o país.

Pacheco manifestou a convicção na abertura da 2ª Reunião Nacional de Mecanização Agrária que está, desde hoje, a decorrer na cidade de Quelimane, província central da Zambézia, e vai discutir estratégias para uma maior participação do sector privado na operacionalização dos CSA, assim como partilhar as experiências de gestão.
O governo instalou os CSA como forma de aproximar estes serviços aos produtores.
No encontro de três dias, cujo lema é “Fazer da Mecanização um Factor Dinamizador do Aumento da Produção e Produtividade”, o ministro sublinhou que a visão dos CSA é a excelência, a todos os níveis, no atendimento do produtor, disponibilizando serviços à preparação de solos, sementeira, colheita, transporte, armazenamento, processamento, venda de insumos e assistência técnica.
“Estima-se que cerca de 35 mil produtores se beneficiem do programa. Que cada CSA trabalhe, em média, cerca de 1.600 hectares a um nível de eficiência de pelo menos 80 por cento”, disse o titular da pasta da agricultura.
O Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) concluiu a instalação de 73 CSA em todas as províncias do país. Até ao final do ano, a instituição vai instalar mais 18 unidades, totalizando, desta feita, 91 a nível nacional. Cada CSA está equipado com quatro a seis tractores, com tracção as quatro rodas, assim como alfaias destinadas à lavoura, gradagem, adubação, sementeira e colheita. 
O material enquadra-se no “Programa Mais Alimentos”, avaliado em 97 milhões de dólares americanos, que engloba 513 tractores e mais de 2.000 alfaias destinadas a apoiar a actividade, com vista a elevar a produtividade e transformar, de forma gradual, a agricultura de subsistência em comercial. 
Através do equipamento, segundo Pacheco, já foram trabalhados cerca 15.500 hectares, feito que beneficiou cerca de 1.800 produtores e uma produção estimada em cerca de 62 mil toneladas, daí a necessidade de mobilizar recursos para a compra de outros meios complementares.
No entanto, segundo a fonte, subsistemdesafios na implementação da visão do PNMA, dado que alguns CSA iniciaram a sua actividade com parte da maquinaria, havendo a necessidade de atrair mais parceiros para completar a cadeia de serviços necessários nos centros, bem como a urgência de melhorar a operação do equipamento.
O ministro disse que a ocorrência de adversidades climáticas extremas (secas, cheias e ciclones) também colocam desafios acrescidos na implementação dos CSA, sendo necessário maximizar a gestão e uso eficiente da água disponível, massificação da irrigação, melhoria dos sistemas de aviso prévio e de gestão de risco bem como a intensificação do uso de áreas dentro de perímetros irrigáveis.
O país dispõe de 36 milhões de hectares de terra arável e apenas pouco mais de 15 por cento são actualmente explorados. Da terra arável, 3.3 milhões de hectares têm potencial para a irrigação, mas apenas 14 por cento é que estão a ser propriamente explorados.
“Estas potencialidades agro-ecológicas precisam ser bem aproveitadas para impulsionar o desenvolvimento de uma agricultura competitiva e colocar Moçambique no mapa dos fornecedores do mercado internacional de produtos alimentares”, disse o ministro, anotando que essas condições são favoráveis ao desenvolvimento de uma agricultura cada vez mais sustentável.
Desta feita, o relançamento da mecanização agrária, o agro-processamento e a comercialização agrária constituem, segundo o ministro, um imperativo incontornável que em muito contribuirá para responder ao objectivo do PNMA traduzido no aumento da área lavrada, produção e a produtividade.
O encontro conta com a participação dos directores nacionais do consultivo do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), membros do governo provincial, administradores distritais, técnicos do sector a nível central e provincial, quadros da bolsa de mercadorias, parceiros de cooperação entre outros quadros.
(AIM)