Massacre de Mueda condensou nacionalismo dos moçambicanos
O governador de Cabo Delgado, Júlio Parruque, disse este sábado na vila de Mueda, que o massacre de 600 nacionalistas moçambicanos, perpetrado a 16 de Junho de 1960, pelo exército português, quando aqueles reivindicavam pacificamente o fim da subjugação colonial, condensou a percepção do povo de que o sistema colonial português, não era pelo bem-estar social dos moçambicanos, se não pela exploração brutal e mais do que isso, pelos saque da valiosa riqueza existente na sua terra.
Falando por ocasião da celebração do dia dos mártires do massacre de Mueda, que este ano se assinalou sob lema “celebrando a bravura dos mártires do massacre de Mueda, promovendo a vigilância popular para consolidar a paz e desenvolvimento”, da criança africana e moeda nacional (o metical), Parruque explicou que aquela visão constituiu premissa irreversível para a preparação e inicio da luta armada contra o colonialismo português, facto que viria acontecer a 25 de Setembro de 1964, a partir do posto administrativo de Chai, distrito de Macomia
“O massacre de Mueda foi um acto, cujo significado histórico transcendeu as fronteiras nacionais e continentais e fez com que a província de Cabo Delgado, fosse reconhecido como um espaço geográfico digno de respeito e bravura”-destacou Parruque.
Apelou para que a bravura de há 58 anos atrás, continuasse a alimentar as intenções da população da província, para acabar com as más intenções de alguns concidadãos, que tem estado a fomentar a instabilidade ao nível das comunidades, através de actos macabros como assassinatos e destruição de infra-estruturas socioeconómicas.
Falando especificamente sobre o dia da criança africana, Parruque explicou que a revolta estudantil de Soweto, na África do Sul, constituiu um marco importante no declínio e derrube do sistema segregacionista do Apartheid.
Sobre a criação da moeda nacional, o metical, disse que ela expressa a identidade dos moçambicanos, tendo aproveitado a ocasião para anunciar a abertura da primeira casa de câmbios no posto fronteiriço de Namotho, resultante da participação e intervenção dos empreendedores locais, na economia nacional, facto que poderá catapultar a valorização e internacionalização da moeda nacional.
Para Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), o massacre de Mueda foi um acto que marcou a necessidade da luta para o retorno da dignidade do povo moçambicano, através da conquista da Independência Nacional, proclamada pelo Presidente da Republica Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel, a 25 de Junho de 1975. Assim, os moçambicanos se libertaram definitivamente do regime colonial fascista português, razão pela qual, o evento constitui um marco indelével da resistência nacional e o começo das grandes conquistas rumo ao desenvolvimento desta bela pátria amada
Para além de membros do governo provincial e distrital, combatentes da luta de libertação nacional, alunos, a cerimónia contou com a participação da população, cujo momento mais alto, foi quando o governador Júlio Parruque depositou uma coroa de flores no monumento construído em memória dos mártires de massacre de Mueda.