MINEDH introduz produção escolar nos centros internatos e lares
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) projecta para a campanha agrícola que se avizinha a introdução de produção agrária escolar de carácter obrigatório e praticada de forma organizada. Segundo o jornal Diario de Mocambique, a medida vai abranger 195 centros internatos e lares,
que albergam pelo menos 33 mil alunos em vários níveis e subsistemas de ensino, disseminados por todas províncias. A área mínima definida é de três hectares, em função do efectivo de cada estabelecimento.
O director nacional de Assuntos Transversais no MINEDH, Ivaldo Quincardete, que quinta-feira falava em Chimoio, no decurso de um encontro de reflexão sobre educação e protecção de crianças, em particular raparigas, nos centros internatos e lares, em Manica, promovido pela ONG Save the Children, em parceria com a direcção do sector na província, a medida visa reforçar a segurança alimentar e nutricional e suprimir o défice financeiro.
De acordo com Ivaldo Quincardete, a iniciativa não se cingirá apenas à produção de alimentos e pecuária ou avícola, para que centros internatos e lares possam libertar-se da decorrente situação de dieta monótona, mas também de cestaria, tapeçaria, olaria e outros artigos de adorno ou ornamentação como mais uma fonte de receitas para os cofres daquelas instituições sob gestão estatal.
Para que a produção escolar nos moldes pretendidos não comprometa estudos e, consequentemente, aproveitamento pedagógico, aquele responsável afirmou ser imperioso que se defina roteiro de actividades diárias desde manhã ao acordar até ao final do dia.
Na ocasião, Quincardete apresentou um estado desolador de centros internatos e lares, actualmente caracterizado por quadro de gestores sem formação especializada para o efeito, mais de 60 por cento dos imóveis em degradação progressiva, exceptuando Institutos de Formação de Professores e algumas escolas secundárias.
Disse que para se ultrapassar a actual situação que centros internatos e lares atravessam afiguram-se como desafios a formação de recursos humanos, mobilização de materiais e financeiros, observância de critérios de admissão, definição de projectos de reabilitação e apetrechamento, bem como a minimização da carência de água, entre outros aspectos.
(AIM)