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Lançado programa para empoderamento da rapariga

16/08/2016 11:01
Lançado programa para empoderamento da rapariga

O governo de Moçambique procedeu lançou hoje, oficialmente, um programa designado “Acção para Raparigas Adolescentes”, inserido no projecto Geração Biz e destinado ao empoderamento da rapariga.

Com efeito, mais de um milhão de raparigas entre 10 e 24 anos de idade, residentes em 20 distritos das províncias de Nampula (Norte) e Zambézia (Centro do país), serão abrangidos com o programa, visando o fortalecimento dos seus conhecimentos e capacidades sobre o acesso e uso dos serviços de saúde sexual e reprodutiva.
Na sua essência, o programa Acção para Raparigas Adolescentes consiste numa estratégia de apoio ao desenvolvimento de competências das raparigas vulneráveis dos 10-24 anos de idade, nas áreas de comunicação, participação, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, negociação, empoderamento económico e direitos humanos, baseada numa abordagem de espaços seguros, que permitem a confidencialidade e solidariedade entre raparigas.
O Programa é financiado pela Suécia e implementado pelo governo moçambicano, através dos Ministérios da Juventude e Desportos, Educação e Desenvolvimento Humano, da Saúde e do Género, Criança e Acção Social, com apoio das quatro agências das Nações Unidas no país, nomeadamente o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e Agência da Nações Unidas para as Mulheres (UNWOMEN).
Com duração de quatro anos, o projecto está avaliado em 14 milhões de dólares. 
“Este programa pretende contribuir para que as raparigas sejam cada vez mais activas na sociedade, na promoção dos seus próprios direitos da saúde sexual e reprodutiva, com vista ao seu empoderamento pleno”, disse a vice-ministra da Juventude e Desportos, Ana Azinheira, enfatizando que o esforço dos conhecimentos e capacidades da rapariga é um dispositivo indispensável para o equilíbrio do género em Moçambique.
Por seu turno, Bettina Maas, em representação do UNFPA, em Moçambique, afirmou que “esta é uma grande conquista rumo ao empoderamento de raparigas e mulheres jovens no país e à promoção dos seus direitos e saúde sexual e reprodutiva, com vista à redução do fosso de pobreza entre homens e mulheres”.
A população moçambicana é maioritariamente jovem. No entanto, os jovens e os adolescentes em Moçambique continuam a enfrentar vários desafios para uma transição saudável da infância à vida adulta, em que se incluem uma educação de baixa qualidade, número exíguo ou inexistente de serviços de saúde específicos para adolescentes e altas taxas de desemprego, o que contribui para um aumento da migração interna à procura de melhores condições de vida.
As raparigas e mulheres jovens, em particular, enfrentam uma desvantagem renitente, de acordo com uma variedade de indicadores, incluindo saúde, educação, nutrição, participação na força laboral e sobrecarga de trabalhos domésticos.
Por outro lado, as raparigas e mulheres adolescentes estão expostas ao risco de casamentos prematuros, gravidezes precoces e indesejadas, mortalidade materna, fístula obstétrica, HIV/SIDA e violência.
Espera-se que o programa Acção para Raparigas Adolescentes contribua para o incremento do uso dos serviços de saúde, em particular do planeamento familiar, redução do índice da gravidez precoce (incluindo as suas complicações, como o caso da fístula) e casamentos prematuros na comunidade e abrande, consequentemente, a taxa de abandono escolar.