Japão reforça capacidade do INAM
O Governo do Japão ofereceu ontem ao Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) um equipamento meteorológico que vai fortalecer a capacidade de observação, previsão do tempo e aviso prévio.
O material, avaliado em cerca de 100 mil dólares norte-americanos, inclui equipamentos para calibração de barómetros e termómetros, e a sua entrega foi testemunhada pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita.
Na ocasião, o representante residente da JICA (Agência Japonesa para Cooperação Internacional) em Moçambique, Kasuyoshi Sudo, disse que, ao todo, o apoio japonês ao projecto de fortalecimento do INAM está orçado em cerca de dois milhões de dólares. O mesmo teve início em Fevereiro de 2015 e a sua implementação deverá terminar em Julho de 2017.
“Moçambique tem sofrido desastres naturais como cheias, seca e ciclones anualmente. Os efeitos das mudanças climáticas podem agravar a situação, aumentando os obstáculos de desenvolvimento socioeconómico e o índice das populações afectadas”, reconheceu Sudo.
Tendo em conta este aspecto, segundo o representante da JICA, a melhoria das actividades de previsão do tempo e aviso prévio vai permitir que o INAM desempenhe melhor o seu papel de alerta para se evitar a perda de vidas humanas e destruição de bens.
“O projecto vai fortalecer a capacidade do INAM para uma previsão do tempo com maior precisão através de combinação da observação no campo, por via de radares e dados de satélite. Estamos cientes de que o equipamento oferecido vai desempenhar um papel crucial no aperfeiçoamento das capacidades institucionais do INAM”, disse Sudo.
O programa inclui a componente de formação e capacitação de técnicos nacionais no Japão, assim como a deslocação de técnicos daquele país asiático a Moçambique.
Por seu turno, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse que esta cerimónia tem lugar numa data especial em que se celebra o Dia Mundial da Meteorologia que este ano decorre sob o lema “Mais Quente, Mais Seco, Mais Chuvoso, enfrenta o Futuro”.
A data, segundo Mesquita, comemora-se numa altura em que ocorrem chuvas fortes com inundações nas regiões norte e centro de Moçambique e ventos fortes e seca severa na zona sul, com escassez de chuva e água para diversos fins, incluindo o consumo humano.
“Estes fenómenos estão a afectar centenas de famílias com consequências graves no seio da população e da economia, com dezenas de mortes e destruição de infra-estruturas e bens, com prejuízos avultados um pouco por todo o país”, disse o ministro.
O impacto das mudanças climáticas transcende os limites sectoriais e territoriais, pois, quando os desastres de origem climática como cheias, seca os e ciclones ocorrem, os impactos fazem-se sentir em toda a dimensão humana e nos diferentes sectores socioeconómicos.
“Temos de nos preparar para enfrentar dias mais quentes, mais secos e mais chuvosos com o desafio de melhorar, cada vez mais, o sistema de aviso prévio para múltiplo risco e melhorar a nossa capacidade de prever, monitorar e disseminar avisos e alertas sobre as condições extremas que originam catástrofes naturais”, afirmou Mesquita.
A disseminação clara e previsional das informações meteorológicas, segundo Mesquita, é imprescindível a todos os níveis para permitir que a sociedade, no geral, e os sectores de maior risco como agricultura, água, saúde, aviação, marinha, estradas, entre outros, possam traçar estratégias para mitigar o impacto negativo originado pelos eventos extremos do clima.
Fonte: Jornal Notícias