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Inclusão financeira vai cobrir 30 por cento da população

12/05/2016 13:25
Inclusão financeira vai cobrir 30 por cento da população

O Governo moçambicano espera garantir que 30 por cento da população tenha, até 2022, acesso a uma conta bancária em uma instituição financeira formal, assim como expandir os serviços financeiros formais para cobrir 75 por cento dos distritos.

Para o efeito, o Governo aprovou a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (2016/22), instrumento que define as metas globais a serem alcançadas durante o período em referência assim como as acções a serem levadas a cabo pelos diferentes actores que intervêm no sistema financeiro nacional.
Segundo a recém-aprovada estratégia, figura nas metas do Governo assegurar que 55 por cento da população passe a ter um ponto de acesso aos serviços financeiros formais a menos de cinco quilómetros do seu local de residência ou trabalho; bem como garantir que 35 por cento da população adulta tenha acesso a uma conta em uma instituição financeira formal.
Ainda no quadro das expectativas da estratégia, o Executivo almeja assegurar que 75 por cento da população moçambicana passe a ter um ponto de acesso aos serviços financeiros a menos de cinco quilómetros quer da sua residência quanto do trabalho.
O Governo tem concentrado esforços no sentido de garantir a disponibilidade e acesso aos produtos e serviços financeiros de qualidade adequados às necessidades da maioria da população moçambicana, a fim contribuir para o bem-estar e progresso económico e social das comunidades.
Não obstante a diversidade de instituições financeiras existentes, o nível de inclusão financeira no país continua relativamente baixo. 
O país tem cerca de 14,2 milhões de habitantes da população adulta, 656 agências de instituições de crédito, 17.855 agentes de instituições de moeda electrónica, 1.576 ATM, bem como 22.052 POS, 118 delegações de companhia de seguros, dos quais 45 são balcões de fronteiras, mas que se mostram ainda insuficientes para satisfazer as necessidades da população e empresas. 
Até finais de 2015, existiam 87 dos 158 distritos com presença de agências de instituições de crédito, 98 com ATM, 147 com POS e 122 com agentes de instituições de moeda electrónica. 
Ainda em finais do ano transacto, só cerca de 20 por cento da população adulta possuía conta bancária e a maioria dos adultos estava familiarizada com os produtos oferecidos pelos bancos, sendo as contas bancárias e os empréstimos bancários os mais usados.
No entanto, o alcance dos objectivos propostos, segundo o preconizado na estratégia, dependerá da existência de condições de carácter mais amplo, que não dizem respeito apenas ao sector financeiro, mas que são necessárias para o processo contínuo de inclusão financeira.
Entre elas, destaca-se a coordenação interinstitucional; o ambiente jurídico-legal adequado; as infra-estruturas básicas e tecnológicas adequadas; as condições macroeconómicas favoráveis; e, sobretudo, o compromisso do sector financeiro com a implementação da estratégia. 
Estas condições terão impacto não só no processo de inclusão financeira, através da redução dos custos de operação das instituições financeiras com uma infra-estrutura adequada de transporte e energia eléctrica, mas podem também aumentar o impacto do processo de inclusão financeira na melhoria do bem-estar da população. A título de exemplo, por meio de um ambiente macroeconómico propício à actividade das micro, pequenas e médias empresas e ao aumento do emprego formal.
Estão envolvidos na definição e implementação da estratégia, cujo comité directivo é presidido pelo Ministério da Economia e Finanças e a entidade dinamizadora, órgãos ministeriais, instituições de tutela do governo e sectores afins da sociedade civil.